DA REPORTAGEM LOCAL

O distrito de Santana vê na discussão do Plano Regional a chance de redesenhar seu destino por meio da Operação Urbana Carandiru. Incluída no Plano Diretor Estratégico, agora ela está sendo discutida e poderá ser modificada com a contribuição da população.
A operação urbana é um instrumento que pode ser valioso para a cidade, pois estimula o desenvolvimento da região e permite a reurbanização dos bairros.
O subprefeito de Santana, Helvio Moisés, 48, explica que o projeto também tem um alcance territorial amplo: vai da ponte da Casa Verde ao distrito de Santana, até alcançar, de um lado, o Tucuruvi e, de outro, a Vila Maria.
O urbanista Ari Albano, membro do conselho comunitário de Santana e do Movimento Defenda São Paulo, pede para que os projetos imobiliários levem em conta a permeabilidade do solo. "Estamos destruindo o lençol freático, e o abastecimento futuro de água já preocupa."
Albano também sugere que o zoneamento do Jardim São Paulo deva ser tratado com cuidado. "Pela qualidade de vida que proporciona, mereceria ser estritamente residencial, mas a pressão do mercado será grande."
Para Moisés, as discussões devem entrar ainda no campo das oportunidades. "A expansão de vários equipamentos [como o Anhembi] firma a vocação de pólo de eventos e negócios da face do distrito voltada para o Tietê."

Voluntários da Pátria
Mas Regina Monteiro, presidente do Defenda São Paulo, alerta para o sistema viário. "Não comporta o crescimento imobiliário, embora o metrô ajude", diz. Um entrave é a topografia acidentada e irrigada do distrito, que restringe a expansão da malha.
Moisés diz que já está prevista a construção de uma alça de acesso à ponte Cruzeiro do Sul -para quem vai pela marginal Tietê rumo à rodovia Castello Branco. No lugar da favela Zaki Narchi, planejam-se a construção de um parque e melhorias viárias.
O presidente do Conselho Comunitário da Região Administrativa de Santana-Tucuruvi, Armando Benetollo, 72, afirma que a missão maior da entidade é limpar as calçadas da rua Voluntários da Pátria. "Nosso objetivo é proibir que camelôs se instalem ali."
Moisés informa que aguarda apenas a conclusão dos termos de uso das áreas que servirão para realocar os ambulantes da Voluntários. "Todos estarão em bolsões no final da avenida Cruzeiro do Sul, na ligação da avenida Braz Leme com a marginal, na rua Gabriel Piza e próximos a ela", diz.
Outro objetivo é recuperar as áreas verdes. O subprefeito afirma que a praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira deve receber novo jardim com equipamentos de ginástica, o canteiro central da avenida Braz Leme, um passeio, e a avenida Cruzeiro do Sul vai se beneficiar do Programa Via Livre da prefeitura, com novo paisagismo. (NATHALIA BARBOZA)



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