São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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SEMINOVO

Usado de 10 anos custa 30% menos

Apartamento novo, em geral, sai mais caro, mas maior conforto pode compensar o gasto

GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Novo ou usado? Quem enfrenta essa dúvida deve pôr tudo na balança: urgência de mudar, disponibilidade de capital, facilidade de obter financiamento, localização e estado de conservação do imóvel.
Para o comprador estreante, um apartamento usado que tenha de cinco a dez anos de idade pode ser mais acessível. "O metro quadrado desses imóveis custa, em média, 30% menos que o dos novos, enquanto nos de 10 a 20 anos, sai 50% mais barato", informa José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo).
"A vantagem do apartamento com poucos anos de uso é que, se for bem localizado, o proprietário não terá de se preocupar com manutenção de instalações e revestimentos. Em geral, eles estarão novos", afirma a consultora Monalisa Weber.
Ela lembra que, escolhendo o seminovo, o comprador não corre risco de enfrentar atrasos na entrega nem paga mais por ser o primeiro morador.
Normalmente, os apartamentos novos são entregues no contrapiso. Além de o preço final ser maior, é preciso investir em pisos para salas e quartos, armários para área de serviço, cozinha e quartos, além de boxe de banheiro, entre outros itens.

Conforto
Para o diretor da FGi Negócios Imobiliários Feliciano Giachetta, se a única preocupação for o bolso, o usado será sempre a melhor escolha. Segundo ele, no entanto, o maior conforto está nos condomínios mais novos, que têm garagem para até dois carros, salão de festas, piscina, espaço gourmet, academia e sistema de segurança. "Tudo isso custa caro, se for pago individualmente", ressalta.
A consultora Valentina Caran, dona de uma imobiliária que leva seu nome, diz que "o principal é ser novo e perto do trabalho". Para ela, apesar de menores, apartamentos novos tendem a se valorizar. "Mas só aconselho a compra na planta se for uma megaconstrutora."
Segundo o diretor de marketing da imobiliária Itaplan, Fábio Rossi Filho, um imóvel novo está mais adaptado às necessidades atuais, com instalações para internet, telefones e eletrodomésticos. "O valor dos usados tende a estagnar."
Investir em armários e pisos, na avaliação dele, valoriza o imóvel e pode ser recapitalizado na venda. Weber, porém, discorda: "Não se consegue mais do que foi pago pelo imóvel", diz. "Quem garante que o futuro proprietário terá o mesmo gosto para azulejos?"
Apesar de a maioria dos investidores do mercado imobiliário optar pelos usados, a compra na planta pode ser a chance de conseguir um financiamento facilitado.
"O perigo de comprar na planta é puro folclore", diz Giachetta. Liliane Carneiro Costa, diretora da construtora Lider, lembra que o imóvel novo tem garantia técnica do construtor.


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