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SE ESTA RUA FOSSE MINHA
Vila e loteamento cobram condomínio
Para a Justiça, pagamento de mensalidade é devido se existe uma associação de moradores
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Legalmente, uma vila fechada e um loteamento com acesso
controlado diferem de um condomínio, e essa divergência
provoca outra: nos dois primeiros, pode-se cobrar dos moradores uma mensalidade?
"Hoje há uma infinidade de
ações judiciais de pessoas que
moram em loteamentos assemelhados a condomínios, com
portaria, muro, guarita, serviços de limpeza e taxa mensal",
aponta Márcio Rachkorsky, da
Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico da OAB-SP.
"A grande discussão é se a taxa mensal é obrigatória ou não
para os loteamentos", diz.
Se o loteamento é inicialmente projetado para ser protegido e ter serviço de segurança, o novo proprietário já entra
no jogo conhecendo as regras.
"O problema maior é quando
um grupo fecha um loteamento
existente, e alguns proprietários, apesar de usufruírem dos
serviços, não se sentem obrigados a pagar", conta Rachkorsky.
Se há, contudo, uma associação de moradores, sem fins lucrativos, que administra créditos para fazer frente aos custos
locais segundo estatuto registrado, quem mora no loteamento faz parte dessa associação e deve contribuir.
O condomínio, por sua vez,
advém de uma incorporação
imobiliária e é regido pelo Código Civil e por uma convenção.
"As áreas comuns são de propriedade do condomínio, e não
públicas, e um síndico é responsável por cobrar dos moradores a taxa mensal", diferencia o representante da OAB.
Para o advogado Edemilson
Vicente, a maioria das ruas fechadas acaba gerando "minicondomínios", já que o acesso a
pedestres não é facilitado.
Mas, para o morador, a diferença entre a rua fechada e o loteamento de acesso controlado
é "teoricamente nenhuma",
pondera Graiche. "Importante
é viver sem medo de assalto."
Foi o que levou os vizinhos
do arquiteto Roberto Monaco,
57, a fecharem a rua. "Após um
primeiro assalto, colocamos
uma guarita, só que, durante as
férias do vigia, meu carro foi
roubado", lamenta.
Decidiu-se então fechar o
portão, e cada morador colabora com a segurança 24 horas:
"Nunca mais tivemos assaltos".
(GIOVANNY GEROLLA)
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