São Paulo, domingo, 14 de fevereiro de 2010

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Áreas de enchente têm lançamentos valorizados

Em bairros visados pelo mercado, preço do metro quadrado de novos não cai em ruas que enchem

Rodrigo Capote/Folha Imagem
Lançamento na av. Mofarrej (Vila Leopoldina)

CRISTIANE CAPUCHINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O aquecimento do mercado imobiliário e a falta de terrenos para incorporação têm levado ao lançamento de imóveis em regiões da cidade de São Paulo onde tradicionalmente surgem pontos de alagamento. Áreas preteridas anteriormente se tornaram a bola da vez em bairros que se valorizam.
É o caso da avenida Mofarrej, na Vila Leopoldina (zona oeste). A via, nas proximidades da Ceagesp, é conhecida pelos problemas na estação das chuvas. Entretanto, de 2009 até agora, houve 4 lançamentos residenciais, 3 deles já completamente vendidos.
O acontecimento não é privilégio do encontro entre as marginais Pinheiros e Tietê. Nas cercanias da avenida do Estado, na rua Cipriano Barata, no Ipiranga (zona sul), um empreendimento sobe contestando o histórico do local. Na Pompeia (zona oeste) há outro exemplo no cruzamento das ruas Venâncio Aires e Barão do Bananal (veja mapas à pág. 2).
"É a falta de terrenos", assevera Celso Amaral, diretor corporativo da Amaral d'Avila Engenharia de Avaliações e da empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel. "Mas são lugares arriscados [para comprar imóveis] enquanto os problemas não forem resolvidos", opina.
Os lançamentos surpreendem por seguir o preço médio dessas regiões, apesar de sua localização desvantajosa.
O metro quadrado a R$ 4.200 em um dos empreendimentos da Mofarrej é comparável ao de apartamentos vendidos nas ruas Aliança Liberal e Nagel -que ficam em um trecho mais valorizado, sem enchentes, da Vila Leopoldina- e ultrapassa a média do bairro (R$ 4.000), de acordo com a Geoimovel.
"Com a chegada de moradores, o poder público tem que se movimentar", observa o corretor Roberto Wagner Michele.
É com esse pensamento que os compradores fecham negócio no mesmo dia em que o empreendimento é lançado.
"Esperava pagar menos", afirma o arquiteto Rafael Sampaio, 32, que adquiriu um apartamento de 70 m2 na avenida. Mas diz confiar na valorização do bem: "A especulação imobiliária vai desenvolver a área".


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