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Usados em regiões de alagamento se desvalorizam em até 30%
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Imóveis usados em áreas afetadas com frequência por alagamentos perdem até 30% do
valor de mercado em relação a
outros na mesma região, de
acordo com levantamento feito
pelo Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo).
"Áreas que são tradicionalmente pontos de alagamento
também têm uma liquidez [velocidade de venda] menor",
afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP.
Segundo o estudo, imóveis
afetados por enchentes no
Brooklin (zona oeste) e em
Santo Amaro (zona sul) apresentam desvalorização de 20%.
Na região de alagamento entre a Barra Funda e a Vila Leopoldina, os usados perdem até
15% do valor. Já no Jaçanã, no
Parque Edu Chaves (zona norte) e no vale do Aricanduva (zona leste), a perda chega a 30%.
Para Miro Quintaes, diretor
de atendimento da imobiliária
Lopes, nos bairros periféricos a
desvalorização é maior porque
a demanda é menor.
Já em regiões mais procuradas, a questão de alagamentos
acaba sendo invisível perto da
valorização da área.
"Como ofertante, eu manteria os mesmos preços [da região]. As necessidades são de tal
forma fortes que as pessoas
passam por cima disso",
dimensiona Viana Neto.
Apesar de os corretores minimizarem a questão, mesmo
em regiões de poucos imóveis
são comuns placas de locação e
venda em pontos problemáticos, indicando desequilíbrio
entre oferta e demanda.
Antes de fechar negócio
Um imóvel desvalorizado pode ser um investimento a longo
prazo quando há previsão de
melhorias na região.
Contudo, para quem aluga, é
importante se informar sobre o
local, pois os riscos de perdas
com um alagamento ficam a
cargo do inquilino.
"Quem aluga sabe que paga
menos por conta das intempéries", avalia Amilton Júnior, da
imobiliária Pronto!. E é esse
pressuposto que isenta o proprietário de arcar com perdas
do locatário na tragédia, diz o
advogado Marcelo Manhães,
presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-SP.
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