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INTERIOR/SP
Depois da estagnação de 96, mercado imobiliário da cidade deve receber fortes investimentos neste ano
Ribeirão Preto espera crescimento em 97
free-lance para a Folha
O mercado imobiliário de Ribeirão
Preto (319 km ao norte de SP) está na
contramão do país. Enquanto na maioria das grandes cidades o setor registrou um crescimento no volume de negócios em 1996, a cidade apresentou
números modestos.
Neste ano, porém, que o mercado
nacional promete se estabilizar,
Ribeirão Preto pode ter um
``boom'' de crescimento imobiliário a partir do segundo semestre.
``Quando o Brasil vai bem, Ribeirão vai mal. Quando Ribeirão
vai bem, o Brasil vai mal'', afirma
Antônio Vicente Golfeto, assessor
do Instituto de Pesquisas Sociais
da ACI (Associação Comercial e
Industrial de Ribeirão Preto).
Segundo ele, a cidade sofreu, em
1996, as consequências do Plano
Real sobre a agricultura -principal fonte econômica da região. ``O
baixo preço dos produtos agrícolas no mercado prejudicou as finanças da cidade.''
Em 1997, devido à alta de preço
dos artigos agrícolas, a economia
regional deve voltar a crescer.
``Os principais produtos que
alavancaram o crescimento econômico da região foram a soja, impulsionada pelo mercado internacional, e o café, que teve seu preço
aumentado devido à retração da
demanda'', afirma Golfeto.
Segundo ele, o primeiro semestre ainda deve apresentar um crescimento moderado, pois o dinheiro arrecadado com a venda da produção deverá ser aplicada no saneamento das finanças.
``A partir de agosto, deveremos
ter um crescimento maior.''
A evolução no investimento
imobiliário já pôde ser sentida no
primeiro bimestre desse ano.
Segundo pesquisa da ACI, os recursos investidos no mercado
imobiliário tiveram crescimento
de cerca de 170% nos dois primeiros meses de 97 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram R$ 30,66 milhões em 96, contra mais de R$ 82 milhões no primeiro bimestre desse ano.
Crescimento
A construtora Lacerda Chaves, a
maior de Ribeirão Preto, já está
sentindo os efeitos do crescimento
imobiliário na região.
Segundo Carlos José Lacerda
Chaves, diretor da empresa, as
vendas da construtora aumentaram cerca de 10% nos primeiros
meses deste ano em relação ao último trimestre de 1996.
Um dos principais empreendimentos da empresa é o edifício
Mississipi, lançado no passado e
que já foi quase todo vendido.
(Alexandre Loures)
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