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Na esteira do metrô
Entrega de novas estações aquece mercado de lançamentos no Sacomã e na Vila Prudente
Rodrigo Capote/Folha Imagem
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Filipe Rocha terá uma estação de metrô mais próxima de São Caetano, onde mora
EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS
Se morar perto do metrô tornou-se um desejo frequente
entre os paulistanos, 2010 promete um aquecimento dos
mercados de imóveis novos e
de usados em pontos da cidade
de São Paulo que deverão
ganhar novas estações.
Estão previstas nove inaugurações neste ano, sem contar as
de monotrilho, segundo a Companhia do Metropolitano de
São Paulo (veja mapa à pág. 4).
Sacomã (zona sul), Vila Prudente (zona leste), Butantã, Faria Lima (no trecho do largo da
Batata) e Pinheiros (zona oeste) são as regiões em que os negócios imobiliários mais deverão sentir a chegada do metrô.
Para os incorporadores,
áreas da cidade em desenvolvimento e com boa oferta de terrenos ficam ainda mais atrativas com o melhor acesso. Casos
do Sacomã -onde a operação
da nova estação já está em teste- e da Vila Prudente.
"Tornam-se locais para a
classe média que não tem condições de comprar em bairros
mais valorizados", define Emilio Fugazza, diretor da construtora Eztec. No Sacomã, a empresa lançou, em janeiro, 324
unidades de 69 m2 a 85 m2, de
dois e de três quartos, com preços de R$ 240 mil a R$ 290 mil.
Mesmo quem não habita o
distrito obtém vantagens com a
nova estação. O estudante Filipe Rocha, 21, mora em São
Caetano, município vizinho do
Sacomã, e conta que chegará
mais rapidamente da faculdade
em que estuda, no Jabaquara.
"Dali costumo pegar o metrô
até o Ipiranga e então um ônibus para a minha casa", diz. "Ao
descer na estação Sacomã, vou
economizar tempo no trajeto."
A valorização dos imóveis
próximos ao metrô não ocorre
apenas quando a estação fica
pronta, explica João Crestana,
presidente do Secovi-SP (sindicato do setor). "Isso [a alta de
preços] não se reflete só na
época da entrega, já impactou
ao longo dos cinco ou dez anos
anteriores a ela", estima.
Ajuste
"As melhorias vão sendo incorporadas aos valores a partir
do momento em que são anunciadas. A valorização de 20%
para um imóvel se divide em
2% na hora da aprovação, mais
2% quando a obra efetivamente
começa e assim por diante. Ao
final, resta um pequeno ajuste."
José de Albuquerque, diretor
de incorporação da Brookfield
Incorporações, enxerga um cenário diferente. "O anúncio de
uma obra já traz de cara uma
valorização de 10% aos lançamentos próximos", estima.
"Após a entrega da melhoria,
o aumento chega a 30% ou
40%." Assim, se quem põe um
imóvel à venda nesses trechos
vê maiores possibilidades de
ganho, quem procura um para
comprar deve encontrar preços
maiores daqui para a frente.
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