São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2004

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NA PLANTA

Comprador pode combinar repasses, pagar algumas prestações antecipadamente ou fazer poupança

Parcelas mais caras pedem negociação

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para quem está pagando as prestações de um imóvel, os aumentos dos materiais são comprometedores, já que elas ficam, inevitavelmente, mais caras.
Duas soluções apontadas pelo economista Miguel de Oliveira, da Anefac (associação dos analistas de finanças), são pagar antecipadamente algumas parcelas ou negociar o repasse parcial dos custos antes de estar em dificuldades. "A negociação pode reduzir o valor da prestação, jogando a diferença para a entrega das chaves."
Durante as obras, os reajustes se baseiam em índices setoriais, como o CUB (Custo Unitário Básico) e o INCC (Índice Nacional do Custo da Construção).
Após a entrega das chaves, as incorporadoras aplicam outros índices, como o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Consumidor), que costuma subir mais do que os salários. Por isso Amauri Bellini, consultor da ABMH (associação de defesa dos mutuários), recomenda optar pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que reajusta recebimentos.
Porém "é quase impossível convencer a empresa a mudar um índice sem uma ação revisional em trâmite", diz Carlos Mota Sobrinho, 35, advogado da Ammesp (associação de mutuários).
Para o engenheiro Danilo Kostenko, 36, o diálogo foi difícil. Ele atrasou as parcelas, e a incorporadora agora lhe cobra R$ 135 mil. Com reajustes pelo IGP-M, o valor das mensalidades assumidas pela cabeleireira Marli Catai, 42, quintuplicou. "Na euforia, nem pensei no reajuste. Após as chaves, fiquei sem carro e entrei no cheque especial."
Para Keyler Rocha, vice-presidente do Ibef-SP (de executivos de finanças), o ideal é adquirir o imóvel a preço fixo e garantir o menor comprometimento possível de renda e uma reserva de 5% do valor do bem. (NB)


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