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São Paulo, domingo, 20 de abril de 2003

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MERCADO

Diferentemente da cidade de São Paulo, que registrou queda de 11%, número de lançamentos é maior que o de 2001

ABC reage e fecha ano com alta de 14,2%

Fernando Moraes/Folha Imagem
O casal Amanda e Valério Ferreira Júnior não pensa em mudar-se de Santo André, apesar de ela trabalhar na capital


NATHALIA BARBOZA
DA REPORTAGEM LOCAL

O interior mais próximo possível de São Paulo. Foi com esse rótulo que o mercado imobiliário do ABC (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul) conseguiu resultados expressivos em 2002, fechando com alta de 14,2% no número de unidades residenciais lançadas (3.379 contra 2.958 registradas em 2001).
Os números do ABC assumem uma dimensão maior se contrastados com os da cidade de São Paulo: queda de 11% no total de unidades colocadas à venda (21.164 em 2002 contra 23.785 em 2001). Os dados foram divulgados pelo Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais).
As pesquisas de janeiro e fevereiro deste ano mostram continuidade no ritmo de lançamentos, embora a base seja pequena. "Depois de muitos anos, o ABC voltou a ser um mercado de demanda crescente", analisa Roberto Alves, 36, responsável pelo departamento comercial da construtora MZM, que contabiliza 800 unidades lançadas desde 2002.
Milton Bigucci, 61, presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores do Grande ABC), diz que o alvo principal é o público que compra imóveis de R$ 65 mil. "Mas não dependemos mais apenas da indústria automobilística. Atraímos uma gama maior de categorias profissionais", afirma João César Botelho de Miranda, 57, diretor da Pluricorp (do consórcio Nova São Bernardo).
O mercado no ABC é ancorado no Programa Carta de Crédito Associativo, da CEF (Caixa Econômica Federal), que financia a juros subsidiados pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Mas, para o presidente da Acigabc, "a elitização do crédito imobiliário, promovido pelo rigor na análise das fichas dos candidatos a financiamento, atrapalha".
Dos 1.500 contratos de compra e venda assinados no Nova São Bernardo, apenas 500 foram aprovados pela CEF, exemplifica. A dificuldade obrigou o consórcio responsável pelo empreendimento a ampliar o leque de clientes. "Inicialmente, iríamos ofertar imóveis de até R$ 60 mil. Agora, fazemos unidades de R$ 140 mil."
"Parte do poder de atração do ABC tem a ver com a qualidade de vida dessas cidades, com destaque para a de São Caetano", opina Alves, da construtora MZM. Outro atrativo é a facilidade de escoamento do trânsito na região. "Sem esforço publicitário, recebemos 150 visitas por semana."
"Em Taboão da Serra, o metro quadrado sai por R$ 1.200 contra R$ 1.500 do Sacomã [distrito fronteiriço na zona sul". Isso justifica a migração de pessoas da capital para São Bernardo do Campo", aposta Waldemar Pereira de Camargo, 42, diretor da imobiliária Camargo Ortega. Já quem busca um imóvel em São Caetano do Sul depara-se com preços elevados devido à falta de terrenos.

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