São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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O preço do estilo

Mercado paulistano volta a apostar em lofts, com lançamentos de até R$ 3,8 milhões

Leonardo Wen/Folha Imagem
O arquiteto Paulo Mencarini comprou um loft em Perdizes

EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS

Os lofts voltam a ganhar espaço no mercado imobiliário paulistano. Após um período de baixa no começo da década, provocado pelo excesso de oferta, o modelo nova-iorquino de apartamento, com pé-direito duplo, janela ampla e ambientes integrados, ressurge entre os lançamentos.
Em 2008 e 2009, 15 empreendimentos desse tipo foram lançados na cidade -em 2006 e 2007, foram apenas quatro, segundo levantamento da empresa de pesquisas Geoimovel (veja números à pág. 2).
Em geral eles ficam em bairros valorizados, como Vila Olímpia e Pinheiros (zona oeste). Tradicionalmente atrativo para solteiros de bom poder aquisitivo, esse tipo de moradia encontra agora a grande fatia de seu público-alvo entre executivos de 28 a 45 anos.
E muitos deles não compram, e sim alugam o imóvel. Assim, de 60% a 70% das vendas são feitas para investidores.
"A tendência é os lofts surgirem em polos de escritórios da cidade, perto da [av. Brigadeiro] Faria Lima, da [av. Engenheiro Luiz Carlos] Berrini, da [rua] Funchal", situa Fabio Romano, diretor de incorporações da incorporadora Yuny.
Os novos lofts paulistanos nem sempre são totalmente abertos. "A maioria tem a cozinha e um quarto integrados, mas o banheiro e outro quarto são fechados", descreve o engenheiro Thiago Venturole, 27, à procura de um imóvel desses.
"Gosto de tubulações aparentes, de brincar com a decoração e o layout. E me disponho a pagar mais por isso."
Certamente terá de fazê-lo. Emilio Fugazza, diretor da construtora EZTec, estima que fazer um loft custe 30% mais do que erguer um imóvel comum -e isso se reflete no preço. "São dois andares com dimensionamentos especiais, não há reaproveitamento contínuo [de materiais]", justifica.
Os acabamentos costumam ser de um padrão superior -mármore em halls e armários de grife são exemplos.

Novas quitinetes
Outro modelo em alta para o mesmo tipo de comprador é o conhecido como estúdio. "Trata-se de um imóvel de até 50 m2, uma recriação da quitinete", simplifica Fugazza.
A Yuny vai lançá-los também em polos de escritórios. Com áreas de 40 m2 e 45 m2, custarão de R$ 250 mil a R$ 400 mil.
"Seu diferencial será a arquitetura do espaço", diz Romano. "Haverá armários que esconderão a cozinha e a área de serviço, por exemplo", caracteriza.
Tanto em lofts como em estúdios, é comum a oferta de serviços, como lavanderia e "concierge", no prédio. Eles são pagos só quando utilizados ("pay-per-use"), o que evita o encarecimento do condomínio.


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