São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997.



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Prédio do Bodega ainda não foi alugado

free-lance para a Folha

Passado um ano e quatro meses de um crime que chocou São Paulo, um imóvel situado em uma região valorizada da cidade não encontra interessados em alugá-lo.
Trata-se do bar Bodega, em Moema (região sudoeste de São Paulo), onde assaltantes mataram o dentista José Renato Tahan e a estudante de odontologia Adriana Ciola. O crime aconteceu no dia 10 de agosto de 96.
O bar, que tinha como um dos donos o ator Luis Gustavo (o Vavá do programa "Sai de Baixo", da Globo), foi fechado após o crime.
Na calçada, os dizeres "chega de violência" e "sou da paz", escritos ao lado do desenho de dois corpos, não deixam que o crime seja apagado da memória de quem passa.
O preço do aluguel do imóvel de 600 m2 de área útil baixou nos últimos tempos, de R$ 6.000 para R$ 4.000, acompanhando a queda do mercado, segundo corretores. Mesmo assim, as placas de "aluga-se" continuam penduradas.
"É claro que a casa ficou com uma imagem ruim", afirma o corretor Luis Carlos de Toledo, da Colares, imobiliária responsável pelo aluguel do imóvel.
Ele diz, porém, que o estado da casa também contribui para a demora em encontrar um locatário. "Hoje em dia ninguém tem condições de investir em reformas."
Todo esse tempo de espera para alugar a casa do antigo bar Bodega não convence a corretora Nanci Pereira de Neiva, da imobiliária Camargo Dias.
"Eu atribuo essa demora a dois fatores: o alto preço do imóvel e também ao marketing negativo. O ponto é bom, mas as pessoas preferem outros imóveis. O preconceito ainda existe."
Apesar da omissão de informações por parte das imobiliárias, Nanci conta que essas "casas fantasmas" são realmente mais difíceis de alugar.
"Algumas pessoas sentem a energia negativa do lugar", diz a corretora, que há pouco tempo teve dificuldades com um imóvel situado no Planalto Paulista. "Os interessados desistiam antes mesmo de saber do caso."



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