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Prédio do Bodega ainda não foi alugado
free-lance para a Folha
Passado um ano e quatro meses
de um crime que chocou São Paulo, um imóvel situado em uma região valorizada da cidade não encontra interessados em alugá-lo.
Trata-se do bar Bodega, em
Moema (região sudoeste de São
Paulo), onde assaltantes mataram
o dentista José Renato Tahan e a
estudante de odontologia Adriana
Ciola. O crime aconteceu no dia 10
de agosto de 96.
O bar, que tinha como um dos
donos o ator Luis Gustavo (o Vavá
do programa "Sai de Baixo", da
Globo), foi fechado após o crime.
Na calçada, os dizeres "chega de
violência" e "sou da paz", escritos
ao lado do desenho de dois corpos,
não deixam que o crime seja apagado da memória de quem passa.
O preço do aluguel do imóvel de
600 m2 de área útil baixou nos últimos tempos, de R$ 6.000 para R$
4.000, acompanhando a queda do
mercado, segundo corretores.
Mesmo assim, as placas de "aluga-se" continuam penduradas.
"É claro que a casa ficou com
uma imagem ruim", afirma o corretor Luis Carlos de Toledo, da Colares, imobiliária responsável pelo
aluguel do imóvel.
Ele diz, porém, que o estado da
casa também contribui para a demora em encontrar um locatário.
"Hoje em dia ninguém tem condições de investir em reformas."
Todo esse tempo de espera para
alugar a casa do antigo bar Bodega
não convence a corretora Nanci
Pereira de Neiva, da imobiliária
Camargo Dias.
"Eu atribuo essa demora a dois
fatores: o alto preço do imóvel e
também ao marketing negativo. O
ponto é bom, mas as pessoas preferem outros imóveis. O preconceito ainda existe."
Apesar da omissão de informações por parte das imobiliárias,
Nanci conta que essas "casas fantasmas" são realmente mais difíceis de alugar.
"Algumas pessoas sentem a
energia negativa do lugar", diz a
corretora, que há pouco tempo teve dificuldades com um imóvel situado no Planalto Paulista. "Os
interessados desistiam antes mesmo de saber do caso."
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