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MORAR NO TRABALHO
Tendência de unir casa e escritório se firmou nos anos 90
Cresce atualmente outra prática, a de trabalhar em lugares diversificados, como aeroportos e cafés
Rafael Hupsel/Folha Imagem
![](../images/32303200801.jpg) |
Estela Marquezi abriu seu escritório na rua onde mora |
DA REPORTAGEM LOCAL
Empreendimentos imobiliários que conjugam casa e escritório chegam ao mercado com
um atraso de dez anos.
"A volta do trabalho remunerado ao ambiente doméstico,
com uso de computador e outras tecnologias, está consolidada desde a década de 90",
afirma o arquiteto Fábio Queiroz, do Nomads, núcleo de pesquisas sobre hábitos de moradia dos brasileiros.
"Essa tendência já está sendo
superada por outra, que é a de
trabalhar em qualquer lugar, o
que inclui aeroportos, cafés,
sem excluir a moradia."
No Brasil, há cerca de 10 milhões de autônomos ou empregados que trabalham em casa.
O número, que equivale a 5%
da população, é uma estimativa
da Sobratt com base em dados
do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), do
Cetic (Centro de Estudos sobre
as Tecnologias da Informação e
da Comunicação) e do Ibope
(Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística).
Adaptações em plantas de
apartamentos mostram que as
construtoras sabem da existência desse contingente.
O problema, segundo Queiroz, é que são inadequadas, como instalar bancadas no corredor, no nicho da rouparia, um
local de circulação, sem iluminação nem ventilação.
Ana Manssour, da Sobratt,
também aponta incoerências
das plantas. Para ela, o quarto
de empregada pode "virar" escritório, desde que bons projetos reposicionem essa metragem e dotem o cômodo de iluminação, ventilação e tomadas.
Segurança
Pesquisas da imobiliária Itaplan mostram que a maioria
das pessoas quer sua casa perto
do trabalho, mas não uni-los no
mesmo endereço.
"Não é uma tendência, mas
como um tipo especial de empreendimento, para um público muito específico", diz Fábio
Rossi, 42, diretor da Itaplan e
de marketing e lançamentos do
Secovi (sindicato imobiliário).
Rossi destaca ainda que há
resistência à possibilidade da
entrada de não-moradores no
condomínio, mesmo que por
acesso separado.
(DF)
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