São Paulo, domingo, 23 de março de 2008

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MORAR NO TRABALHO

Tendência de unir casa e escritório se firmou nos anos 90

Cresce atualmente outra prática, a de trabalhar em lugares diversificados, como aeroportos e cafés

Rafael Hupsel/Folha Imagem
Estela Marquezi abriu seu escritório na rua onde mora


DA REPORTAGEM LOCAL

Empreendimentos imobiliários que conjugam casa e escritório chegam ao mercado com um atraso de dez anos.
"A volta do trabalho remunerado ao ambiente doméstico, com uso de computador e outras tecnologias, está consolidada desde a década de 90", afirma o arquiteto Fábio Queiroz, do Nomads, núcleo de pesquisas sobre hábitos de moradia dos brasileiros.
"Essa tendência já está sendo superada por outra, que é a de trabalhar em qualquer lugar, o que inclui aeroportos, cafés, sem excluir a moradia."
No Brasil, há cerca de 10 milhões de autônomos ou empregados que trabalham em casa.
O número, que equivale a 5% da população, é uma estimativa da Sobratt com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do Cetic (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação) e do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística).
Adaptações em plantas de apartamentos mostram que as construtoras sabem da existência desse contingente.
O problema, segundo Queiroz, é que são inadequadas, como instalar bancadas no corredor, no nicho da rouparia, um local de circulação, sem iluminação nem ventilação.
Ana Manssour, da Sobratt, também aponta incoerências das plantas. Para ela, o quarto de empregada pode "virar" escritório, desde que bons projetos reposicionem essa metragem e dotem o cômodo de iluminação, ventilação e tomadas.

Segurança
Pesquisas da imobiliária Itaplan mostram que a maioria das pessoas quer sua casa perto do trabalho, mas não uni-los no mesmo endereço.
"Não é uma tendência, mas como um tipo especial de empreendimento, para um público muito específico", diz Fábio Rossi, 42, diretor da Itaplan e de marketing e lançamentos do Secovi (sindicato imobiliário).
Rossi destaca ainda que há resistência à possibilidade da entrada de não-moradores no condomínio, mesmo que por acesso separado. (DF)

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