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COMERCIAL
Uma das principais avenidas da capital paulistana sofre os efeitos da Lei de Zoneamento
Rebouças tem 27 imóveis vagos
CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local
Três quilômetros e 27 imóveis
disponíveis para aluguel ou venda.
Nos últimos dias, era esse o quadro
na avenida Rebouças (zona sudoeste), atualmente um corredor
repleto de placas de imobiliárias.
De um conjunto comercial a
grandes casas, esses imóveis estão
concentrados no trecho entre a
avenida Faria Lima e a avenida
Paulista. As unidades a partir de
300 m2 são a maioria.
Segundo o corretor de imóveis
Daniel Cosme Araújo, 30, da Camargo Dias, que é responsável pela
comercialização e locação de boa
parte dos imóveis, esse tipo de
imóvel deve totalizar 17 unidades.
Ali, o aluguel de um imóvel com
metragem entre 300 m2 e 400 m2
tem variado entre R$ 5.000 e R$
6.000, segundo o corretor.
Par e ímpar
Para Eduardo Lacerda Soares, 33,
vice-presidente da Binswanger,
empresa especializada em estratégia de localização de empresas, a
Rebouças enfrenta um grande problema, que é o tráfego intenso.
"Ela tem uma vocação para varejo, mas o tipo de zoneamento e
mesmo o recuo das lojas, com vitrines pequenas, acaba impedindo
que a avenida se firme", afirma.
A Lei de Zoneamento (regulamenta o uso do solo) não é igual
em toda a sua extensão. No lado
par, ela pode abrigar qualquer tipo
de imóvel comercial. Já no ímpar o
uso é limitado a showroons e empresas de prestação de serviços.
"Como o trânsito é infernal, as
pessoas não têm possibilidade de
desacelerar o carro para olhar vitrines", de acordo com Soares.
Preços
Para Araújo, porém, essas características não prejudicam os negócios na região. Apesar do barulho e
do trânsito, ele diz que é muito fácil alugar imóveis na Rebouças.
"Geralmente, levo entre três e
quatro meses para fechar um negócio." Empresas prestadoras de
serviços, que estão saindo de imóveis mais caros, formam grande
parte de sua clientela.
Para a corretora Sirlene Pereira,
46, da imobiliária Exclusiva, que
também tem imóveis para alugar
na região, o preço, às vezes, dificulta os negócios. "Mas o problema
da avenida Rebouças é o mesmo de
toda a cidade: sobram imóveis."
Segundo ela, o tempo para a locação varia entre dois e cinco meses.
Ela cita como exemplo dos preços
irreais pedidos pelos proprietários
um imóvel de 400 m2 que é oferecido por R$ 5.000 mensais.
Sirlene afirma que um aluguel
entre R$ 3.800 e R$ 4.000 ampliaria
as chances de negociação.
Alteração
Para mudar esse quadro, afirma
Soares, seria necessária uma mudança na Lei de Zoneamento.
"Entre as avenidas Brasil e Faria
Lima, só tem um prédio. As construtoras não tiveram chance de
construir coisas mais interessantes", afirma.
Para ele, o que existe ali é uma
adaptação dos imóveis já existentes -predominantemente casas-, o que limita o uso.
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