São Paulo, domingo, 24 de junho de 2007

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CONDOMÍNIO ANTENADO

Falta discussão sobre malefícios à saúde de moradores

Anatel estabelece limite de potência, mas nem sempre há fiscalização; peso da antena também pede análise

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Não sei se há autoridades públicas que controlem danos à população", diz Isa Borba, síndica de um condomínio que aluga espaço para a colocação de antenas de telefonia celular.
O desconhecimento de Borba se justifica pela insuficiência de discussões, no Brasil, acerca da possibilidade de esse tipo de equipamento trazer prejuízos à saúde dos moradores.
A professora Rosely Schwartz, da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), reclama que a legislação do país é falha, uma vez que, a seu ver, não leva em conta essa controvérsia de maneira adequada.
"Na Europa e nos Estados Unidos, é comum esse tipo de preocupação. Aqui, porém, é permitido instalar antenas de telefonia celular até em hospitais", destaca.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) estabelece limites para a potência das antenas instaladas (confira informações ao lado), mas nem sempre há fiscalização de sua observância.

Físicos em assembléia
Muitas vezes, a preocupação é abordada pelas próprias companhias que fornecem o equipamento.
Em um prédio de Moema (zona sul), o síndico Roberto Onofre Fruges, 57, enviou uma circular a todos os condôminos com um estudo feito por físicos e fornecido pela empresa, dizendo que não haveria problemas para a saúde.
"A locação do espaço para as antenas foi aprovada em assembléia por unanimidade", relata Fruges.
Desde então, o valor do condomínio não aumentou e foi possível realizar melhorias sem necessidade de rateio extra.
Entre elas, troca de colunas, impermeabilização da caixa-d'água, pintura e compra de móveis para o salão de festas.
O contato com a empresa intermediadora se deu por meio de um amigo. Fruges conta que rejeitou a primeira oferta que recebeu, argumentando que o valor era baixo, e esperou uma contraproposta. "Dependendo da negociação, o valor varia muito", comenta.
Antes de aprovar a colocação, é preciso também preocupar-se com a adequação do espaço onde ficarão as antenas.
Fruges ressalta que, antes da instalação, foram feitos estudos técnicos para ver se as duas caixas-d'água que ficariam sob o equipamento suportariam o peso da estrutura.
A revisão é feita pelos técnicos da própria companhia, que fazem manutenções periódicas. "Em quatro anos, nunca houve problemas." (OC)

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