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MARKETING
Anúncios "in loco" também atraem consumidor que procura no bairro imóveis usados para alugar ou comprar
Placas disputam espaço com jornal
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Menos papel, mais sola de sapato. Além de anunciar no jornal,
quem quer vender ou alugar um
imóvel recorre cada vez mais
a placas para chamar a atenção
dos que saem à caça nas ruas.
"É o meio mais utilizado para
procurar usados. As imobiliárias
e os corretores têm essa percepção", afirma Orlando de Almeida
Filho, 54, presidente do Sciesp
(Sindicato dos Corretores de
Imóveis do Estado de São Paulo).
"Se a intenção é morar em determinado bairro, a pessoa anda pelas ruas anotando números de telefone. É mais objetivo", avalia.
Pesquisa feita pela imobiliária
Camargo Dias, uma das maiores
da cidade, revela que 35% dos
clientes chegam a ela "via placas",
20% "passam em frente ao escritório e entram", 18% "lêem os
classificados em jornais" e 15%
"fazem uma busca na internet".
Fábio Filho, 38, diretor de marketing da imobiliária Itaplan,
acha que o anúncio de jornal é importante no começo e no final do
processo de busca do imóvel, que
dura de seis a oito meses.
"Temos pesquisas que mostram
que 58% das pessoas iniciam
a procura com o jornal, depois
passam à pesquisa no local e,
quando têm mais ou menos definido aquilo que querem, cerca de
70% delas voltam para os classificados impressos, como se fosse
uma última opinião, para ver se
não há nada novo", explica.
Sintético demais
O texto diminuto dos anúncios
é apontado como um dos responsáveis pela pouca atração de interessados em comprar ou alugar.
"Muitas vezes não se publica o
nome específico do bairro, e sim o
da subprefeitura", diz Décio Chiaradia, 48, diretor comercial da Camargo Dias na Vila Mariana.
Os anúncios também são prejudicados pelas disputas entre as
imobiliárias e os corretores pela
comissão de 6%, recebida quando
a venda é concretizada.
"A falta de exclusividade da
imobiliária ou do corretor na comercialização de um imóvel não
permite que os anúncios de jornal
sejam mais objetivos, devido ao
medo de que o interessado vá diretamente ao proprietário", ressalva José Augusto Viana Neto,
53, presidente do Creci-SP (conselho de corretores).
Para minimizar esse problema,
o Sciesp agora disponibiliza na internet o SOC (Sistema Operacional Compartilhado). No site
www.imovelweb.com.br/soc,
os corretores podem cadastrar
os imóveis que comercializam
com exclusividade.
"Se um corretor tiver um clien-
te interessado em um apartamento que está sendo negociado
por outro vendedor, eles poderão
dividir a comissão", exemplifica
Almeida Filho, do Sciesp.
A internet é outro meio que tem
ganhado espaço na procura de
imóveis. "Permite a pesquisa de
preços e que se conheça a oferta
em uma certa região", opina Tomás Salles, 53, diretor de novos
negócios da Lopes Consultoria de
Imóveis. "O classificado de jornal
tem pouco apelo. Não há imagens
e os dados são limitados."
Zelador sabe-tudo
Há quem aposte na combinação
de diversos elementos para cativar o cliente. "Em um primeiro
momento, o comprador circula
pelo bairro, mas depois cai nos
anúncios de jornal, pela dificuldade de entrar nos prédios sem a
companhia de um corretor", explica Viana Neto.
A secretária-executiva Martha
de Rezende Barbosa, 59, conta
que dispensou os tradicionais
corretores, os computadores e as
páginas de classificados na procura por um apartamento no Itaim.
"Prefiro sair às ruas e tentar falar
diretamente com o proprietário."
Ela explica que se vale de uma
tática bem peculiar para conhecer
os imóveis. "O porteiro e o zelador me dão informações e fazem
o papel de corretores", afirma.
"Pergunto se há garagem, quantos quartos tem e qual é o valor do
condomínio. Eles conhecem o
movimento do bairro mais que
qualquer outra pessoa."
Para o designer gráfico Rodrigo
Sommer, 31, "é melhor procurar
andando para ter uma idéia da
área inteira e conhecer sua infra-estrutura -se tem lavanderia ou
não, por exemplo", completa.
(EDSON VALENTE)
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