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Falta de planejamento e abandono são "emergências" no Campo Limpo
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Pista estreita, trânsito intenso,
ônibus enfileirados no corredor e
imóveis comerciais degradados
ou abandonados tornam a recuperação da estrada do Campo
Limpo o principal desafio a ser
encarado pela população envolvida no Plano Diretor Regional.
"A estrada do Campo Limpo
corta todo o distrito e não suporta
mais tamanho tráfego. Uma mudança de zoneamento, que permita alargar a pista, e uma nova
ordenação no transporte são
emergenciais", diz o subprefeito
do Campo Limpo, Glauco Aires.
A mudança de zoneamento -
ainda em discussão - deve atrair
também novos empreendimentos comerciais para a região, hoje
ocupada pelo pequeno comércio.
"Temos muito espaço ocioso no
distrito. As alterações no uso e na
ocupação do solo não só desenvolverão o comércio como também abrirão caminho para novos
conjuntos residenciais", diz.
Outra proposta para o plano regional é a construção de uma via
ligando o distrito ao trecho sul do
Rodoanel. "Há muitos galpões
antigos, a maioria abandonados
ou subutilizados. Uma ligação
com o Rodoanel, além de ocupar
esses imóveis, pode gerar empregos e tornar a região mais segura",
diz Valter Domingues, 43, que
mora no distrito e está criando a
Associação Amigos de Campo
Limpo e Região.
Reivindicações
A canalização do córrego Pirajussara, no trecho que passa pelo
distrito do Campo Limpo, também entrou na pauta de discussões. Em janeiro de 2001, a prefeitura assinou um convênio com o
governo do Estado para a revitalização do leito assoreado.
"O próximo passo é a canalização do córrego, mas tudo depende de uma solução técnica a ser
proposta pelo Estado, que é o
dono do projeto. Por enquanto,
podemos apenas levantar a questão", explica Aires.
Enquanto isso, os moradores se
queixam das enchentes. "Ninguém decide o que vai ser feito, e a
população é quem sofre com os
alagamentos. A canalização é
uma velha reivindicação dos moradores", afirma a dona-de-casa
Adelaide Santos da Silva, 29.
Outra reivindicação dos moradores é a urbanização das favelas.
Segundo dados do Instituto Lidas, que estuda a região, há pelo
menos 21,8 mil moradores de
Campo Limpo vivendo em domicílios precários. (MF)
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