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São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

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Falta de planejamento e abandono são "emergências" no Campo Limpo

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Pista estreita, trânsito intenso, ônibus enfileirados no corredor e imóveis comerciais degradados ou abandonados tornam a recuperação da estrada do Campo Limpo o principal desafio a ser encarado pela população envolvida no Plano Diretor Regional.
"A estrada do Campo Limpo corta todo o distrito e não suporta mais tamanho tráfego. Uma mudança de zoneamento, que permita alargar a pista, e uma nova ordenação no transporte são emergenciais", diz o subprefeito do Campo Limpo, Glauco Aires.
A mudança de zoneamento - ainda em discussão - deve atrair também novos empreendimentos comerciais para a região, hoje ocupada pelo pequeno comércio.
"Temos muito espaço ocioso no distrito. As alterações no uso e na ocupação do solo não só desenvolverão o comércio como também abrirão caminho para novos conjuntos residenciais", diz.
Outra proposta para o plano regional é a construção de uma via ligando o distrito ao trecho sul do Rodoanel. "Há muitos galpões antigos, a maioria abandonados ou subutilizados. Uma ligação com o Rodoanel, além de ocupar esses imóveis, pode gerar empregos e tornar a região mais segura", diz Valter Domingues, 43, que mora no distrito e está criando a Associação Amigos de Campo Limpo e Região.

Reivindicações
A canalização do córrego Pirajussara, no trecho que passa pelo distrito do Campo Limpo, também entrou na pauta de discussões. Em janeiro de 2001, a prefeitura assinou um convênio com o governo do Estado para a revitalização do leito assoreado.
"O próximo passo é a canalização do córrego, mas tudo depende de uma solução técnica a ser proposta pelo Estado, que é o dono do projeto. Por enquanto, podemos apenas levantar a questão", explica Aires.
Enquanto isso, os moradores se queixam das enchentes. "Ninguém decide o que vai ser feito, e a população é quem sofre com os alagamentos. A canalização é uma velha reivindicação dos moradores", afirma a dona-de-casa Adelaide Santos da Silva, 29.
Outra reivindicação dos moradores é a urbanização das favelas. Segundo dados do Instituto Lidas, que estuda a região, há pelo menos 21,8 mil moradores de Campo Limpo vivendo em domicílios precários. (MF)


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