São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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CONDOMÍNIO

Incentivo não acaba com inadimplência

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Kit promocional, milhas em passagem aérea, seguro-desemprego e sorteio de brindes são estratégias para incentivar o pagamento do rateio mensal em dia. Segundo o Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras), hoje 10% dos condôminos estão inadimplentes.
Após implantar o seu programa de incentivo (sorteio de kits com relógio, agenda eletrônica, mochila e caneta), a Chindler diz que conseguiu reduzir a inadimplência dos 230 condomínios que administra de 15%, em 2001, para 4%, em 2002.
Síndica e ganhadora do kit, Maristela Pessoa, 54, não acredita que incentivos como esse façam o condômino pagar em dia o rateio mensal. "É apenas uma forma de gratificar o adimplente, mas não resolve a falta de dinheiro no fim do mês", opina.
Já a Protest afirma que, com o programa de milhas em passagem aérea implantado há um ano, reduziu de 7% para 5% a inadimplência nos 400 condomínios de sua carteira. Na parceria com a Varig, a administradora deposita, para cada dólar da cota de condomínio paga em dia, uma milha no cartão Smiles.
Porém, segundo o dono da administradora, Francisco de Moura Ribeiro, 57, o programa estimula a adimplência apenas em condomínios de alto padrão. "São as pessoas que normalmente já colecionam milhas e usam nosso incentivo para fazer upgrade de classes ou viagens."
Reduzir a inadimplência também era a meta da Apsa, quando lançou o seguro-desemprego Condolar, que garante o pagamento das despesas do condomínio por três meses. Mas o incentivo serviu apenas para evitar o crescimento dos não-pagadores, cerca de 7% ao mês.
Especialistas garantem que o melhor incentivo para evitar a inadimplência ainda é manter as taxas o mais baixo possível (reduzindo os gastos do condomínio), além de dosar a multa no atraso -leia matéria abaixo.
"A lei limita em até 20%, mas a taxa pode ser reduzida em assembléia", afirma Claudio Felippe Anauate, 56, diretor da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios) do Estado de São Paulo.
Na opinião de Angélica Arbex, 25, coordenadora de marketing da Lello, que administra mil edifícios, "o melhor incentivo é criar ferramentas para que o condômino que já esteja com a prestação atrasada consiga pagar a dívida na fase amigável".
(ANA PAULA DE OLIVEIRA)


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