UOL


São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

Índice

Apesar de a prefeitura estimar em 2 milhões o número de imóveis irregulares em São Paulo, minoria busca a regularização, cujo prazo termina em um mês

ANISTIA

SÉRGIO DURAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A um mês do fim do prazo, poucos proprietários de imóveis irregulares da cidade de São Paulo protocolaram pedido de anistia na prefeitura. No último dia 26, completaram-se dois meses da publicação do decreto que regulamenta a lei de regularização, aprovada pela Câmara em março.
O último levantamento, de 30 de julho, revela que somente 3.008 processos haviam dado entrada nas subprefeituras, que recebem a maioria. Na Sehab, que cuida da regularização de imóveis maiores, a movimentação era de 70 protocolos/dia. Ao lançar a anistia, a prefeitura previa incluir 200 mil imóveis no processo, mas estimava que o número de edificações irregulares chegasse a 2 milhões.
Nem tudo, porém, pode ser anistiado (veja quadro). "Faltou divulgação da prefeitura", diz Paulo Zanconeli, 42, diretor da Associação Brasileira dos Moradores, que montou uma equipe e um site na internet (www.anis tias.com.br) para vender assessoria. "Das 2.000 consultas, só 10% entraram com o processo", diz.
"A maioria deixa tudo para a última hora", diz a engenheira Paula Motta Lara, diretora do Aprov (Departamento de Aprovação de Edificações), que coordena a anistia. Em outras anistias (como a promovida pelo ex-prefeito Paulo Maluf em 1994), a prefeitura foi obrigada a prorrogar o prazo, conta. "Podemos fazer o mesmo."

Sem perdão
Donos de imóveis irregulares perdem muitas vantagens ao não regularizá-los, de acordo com o Aprov. Empreendimentos comerciais, por exemplo, não conseguem tirar a licença de funcionamento, o que impede até um financiamento bancário.
Anistiar o imóvel, no entanto, não significa o perdão das irregularidades. Itens de segurança da edificação, por exemplo, terão de ser providenciados. Além disso, ao entrar com o pedido, o proprietário só dá início ao processo. Da anistia de 1994, 3.000 ainda não foram analisados. Quem aderir por último ficará no fim da fila.


Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.