São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2006

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Condomínio

Síndico mergulha nos estudos para "passar de ano" com louvor

Internet é principal fonte de informação para não ficar só no bê-a-bá da função

DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A escola do síndico é o exercício cotidiano da função, já que, legalmente, não é exigida nenhuma formação para ocupar o posto. Mas, uma vez eleito, ele passa a ser responsável por todos os contratos assinados em nome do condomínio e, em caso de omissão, negligência ou imperícia, pode ser processado.
Para se sair bem nas "provas" do condomínio, com questões de legislação, contabilidade, recursos humanos e até conhecimentos técnicos sobre hidráulica e elétrica, o síndico não precisa ser autodidata. Ele dispõe de serviços de consultoria on-line gratuitos a cursos de extensão em faculdades.
A lista de material didático do analista de sistemas Marcos Rezende Pinto, 34, síndico há um ano e quatro meses, inclui publicações impressas e sites especializados, onde descobre cursos e palestras.
Para ele, é menos trabalhoso manter o dever de casa em dia que enfrentar provas-surpresa. Um curso sobre segurança elétrica, cita, despertou-o para a necessidade de reformar as instalações das áreas comuns.
"Adquiri um segundo "emprego". O tempo que tenho para me dedicar a ele precisa ser bem aproveitado. Vale a máxima: é mais prático prevenir."
A internet é uma ferramenta ágil e barata de reforço escolar. Mesmo contando com os serviços de uma administradora, a síndica Janaína de Almeida, 33, não dispensa as consultorias de sites especializados como os do Secovi (sindicato da habitação) e da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo).
A resposta, segundo ela, leva de uma a duas semanas. "Acho rápido para um serviço que é gratuito", avalia.
O portal SindicoNet recebe mil dúvidas por mês. Inadimplência, garagem, divisão de despesas e administradora são os tópicos mais recorrentes, segundo o editor de conteúdo Danilo Monteiro, 32. Para enviar uma pergunta, basta se cadastrar, gratuitamente.
Também pela rede, Janaína de Almeida solicita, por e-mail, ajuda dos condôminos do prédio quando precisa contratar um serviço. "Um morador que é advogado tem tirado dúvidas jurídicas", exemplifica.

"Networking"
A consultora condominial Edna Ribeiro, 35, também mantém uma lista de e-mails, mas de outros síndicos, com quem troca dicas. "Eu os conheci em eventos", conta.
Ribeiro era dona-de-casa quando assumiu o posto em seu prédio, há quatro anos. Tanta dedicação aos estudos rendeu-lhe uma profissão, e ela está prestes a abrir uma empresa de consultoria para condomínios.
Em seu currículo, há o curso de extensão em Administração de Condomínios da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), ministrado por Rosely Schwartz, que presta consultoria para condomínios desde 1991 e escreveu o livro "Revolucionando o Condomínio". São 12 aulas, uma vez por semana.
Na avaliação de Ribeiro, o forte do curso são as obrigações do síndico e a relação com os outros condôminos. "Falta aprofundar em contabilidade, mas é muita coisa para poucos dias", reconhece.


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