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Condomínio
Síndico mergulha nos estudos para "passar de ano" com louvor
Internet é principal fonte de informação para não ficar só no bê-a-bá da função
DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL
A escola do síndico é o exercício cotidiano da função, já que,
legalmente, não é exigida nenhuma formação para ocupar o
posto. Mas, uma vez eleito, ele
passa a ser responsável por todos os contratos assinados em
nome do condomínio e, em caso de omissão, negligência ou
imperícia, pode ser processado.
Para se sair bem nas "provas"
do condomínio, com questões
de legislação, contabilidade, recursos humanos e até conhecimentos técnicos sobre hidráulica e elétrica, o síndico não
precisa ser autodidata. Ele dispõe de serviços de consultoria
on-line gratuitos a cursos de
extensão em faculdades.
A lista de material didático
do analista de sistemas Marcos
Rezende Pinto, 34, síndico há
um ano e quatro meses, inclui
publicações impressas e sites
especializados, onde descobre
cursos e palestras.
Para ele, é menos trabalhoso
manter o dever de casa em dia
que enfrentar provas-surpresa.
Um curso sobre segurança elétrica, cita, despertou-o para a
necessidade de reformar as instalações das áreas comuns.
"Adquiri um segundo "emprego". O tempo que tenho para
me dedicar a ele precisa ser
bem aproveitado. Vale a máxima: é mais prático prevenir."
A internet é uma ferramenta
ágil e barata de reforço escolar.
Mesmo contando com os serviços de uma administradora, a
síndica Janaína de Almeida, 33,
não dispensa as consultorias de
sites especializados como os do
Secovi (sindicato da habitação)
e da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis
e Condomínios de São Paulo).
A resposta, segundo ela, leva
de uma a duas semanas. "Acho
rápido para um serviço que é
gratuito", avalia.
O portal SindicoNet recebe
mil dúvidas por mês. Inadimplência, garagem, divisão de
despesas e administradora são
os tópicos mais recorrentes, segundo o editor de conteúdo Danilo Monteiro, 32. Para enviar
uma pergunta, basta se cadastrar, gratuitamente.
Também pela rede, Janaína
de Almeida solicita, por e-mail,
ajuda dos condôminos do prédio quando precisa contratar
um serviço. "Um morador que
é advogado tem tirado dúvidas
jurídicas", exemplifica.
"Networking"
A consultora condominial
Edna Ribeiro, 35, também
mantém uma lista de e-mails,
mas de outros síndicos, com
quem troca dicas. "Eu os conheci em eventos", conta.
Ribeiro era dona-de-casa
quando assumiu o posto em seu
prédio, há quatro anos. Tanta
dedicação aos estudos rendeu-lhe uma profissão, e ela está
prestes a abrir uma empresa de
consultoria para condomínios.
Em seu currículo, há o curso
de extensão em Administração
de Condomínios da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), ministrado por Rosely
Schwartz, que presta consultoria para condomínios desde
1991 e escreveu o livro "Revolucionando o Condomínio". São
12 aulas, uma vez por semana.
Na avaliação de Ribeiro, o
forte do curso são as obrigações
do síndico e a relação com os
outros condôminos. "Falta
aprofundar em contabilidade,
mas é muita coisa para poucos
dias", reconhece.
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