|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Hackers discutem segurança e ética
FERNANDO BADÔ
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Hackers de todo o Brasil se reuniram em Brasília, nos dias 25 e 26
do mês passado, para, entre outros assuntos, apontar as falhas de
segurança em redes e em armazenamento de dados. Mas, antes de
se indignar com a falta de uma batida policial para prender todos,
saiba que eles estavam discutindo
questões em seu favor -e que
muitos deles trabalham para a
própria polícia.
Segurança era um dos temas em
debate no congresso H2HC, promovido pela Faculdade Michelangelo (www.michelangelo.edu.br), que contou com a participação de webmasters, peritos em segurança, administradores de redes e estudantes, entre outros.
"Não existe sistema totalmente
seguro. Com conhecimento, dá
para comunicar empresas de segurança sobre as falhas", explica
Glaudson da Silva, que palestrou
sobre tráfego de dados em redes.
O primeiro dia foi dedicado a
mostrar como é relativamente
simples encontrar brechas de segurança. "Com a ferramenta certa
e um pouco de conhecimento, dá
para achar", afirma Nelson Rufino, que ministrou um minicurso
sobre segurança em redes sem fio.
Outro ponto unânime é o combate ao monopólio do conhecimento, usado para lucrar. "Já me
pediram US$ 40 mil pela recuperação dos dados de um disco rígido", conta Domingo Montanaro,
especialista em tecnologia da informação, que palestrou sobre recuperação de dados e mostrou
que nem sempre essa tarefa é
complicada, embora ressalte que
um usuário comum, sem conhecimento técnico, terá dificuldades
de fazê-lo.
A conscientização também esteve em pauta no congresso, que
dedicou a sexta-feira aos debates
sobre ética hacker. Um dos objetivos é tentar mudar a imagem da
comunidade hacker, palavra que,
apesar da fama, não é sinônimo
de criminoso digital.
Todos defenderam punição para os crackers (os reais criminosos), mas a criação de uma lei para
a internet não é consenso. Uns dizem que basta aplicar a legislação
existente, outros acreditam ser
necessária uma lei específica.
Texto Anterior: Segurança: Crimes on-line crescem no Natal Próximo Texto: Máquinas prontas têm pouca memória Índice
|