São Paulo, quarta-feira, 02 de setembro de 2009

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Ativista diz que Wikipédia censura grupos de esquerda

DO "NEW YORK TIMES"

Richard Stallman, ativista do software livre, causou desconforto na conferência anual da Wikipédia, a Wikimania 2009. Ele disse que a versão em espanhol do site anda restringindo links a um site de esquerda, o Rebelión (rebelion.org). A Wikipédia é uma "enciclopédia de conteúdo livre que todos podem editar", segundo diz o slogan do site.
Stallman afirmou ainda que os administradores da versão em espanhol da Wikipédia pioraram as coisas ao banir aqueles que haviam reclamado da suposta censura.
Damian Finol, um especialista em tecnologia da informação de Caracas, na Venezuela, defendeu o site colaborativo e alegou que a dificuldade para pôr referências ao site de esquerda foi colocada porque o link estava se propagando pelos artigos publicados, como em um ataque de spam.
Stallman seguiu defendendo sua posição chamando a declaração de "injusta" e alegando que o Rebelión produz conteúdo próprio e não é somente um agregador. Apesar disso, ele ressaltou: "meu propósito não é castigar a Wikipédia, é ter uma discussão construtiva".
Um dos organizadores da conferência, Patricio Lorente, tentou amenizar os efeitos da declaração. "Ele [Stallman] não entende a dinâmica da Wikipédia em espanhol, não existe um líder, as decisões são tomadas com base no consenso", disse.
Lorente também afirmou que o site de esquerda é apenas um agregador e não produz conteúdo próprio -"o link só vai para a Wikipédia quando é de conteúdo original". Ele também citou o exemplo de um jornal de esquerda mexicano. "Grande parte do material do rebelion.org veio do "La Jornada", e nós temos 1.500 links para esse jornal", completou. "Esse não é um problema ideológico, é um problema de spam."
Entrevistados, alguns dos administradores da versão em espanhol da Wikipédia disseram que a maioria dos problemas havia sido resolvida em consenso-como a decisão do jeito de descrever o presidente venezuelano Hugo Chávez ou restringir o site Rebelión.
"A discussão mais acalorada é sobre palavras que são ditas de maneiras diferentes em várias partes do mundo", afirmou Pedro Sanchez, matemático mexicano. "Por exemplo, o dispositivo que move o cursor do computador. Você o chama de "mouse" ou "ratón". Na América Latina, eles chamam de "mouse". Na Espanha, de "ratón'".


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