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TELEFONIA MÓVEL
Em países de alto uso de celulares, deve decolar venda de aparelhos de terceira geração, com mais velocidade
Empresas acreditam em explosão de 3G para 2004
MARCELO VAZ
ENVIADO ESPECIAL A CANNES
Fabricantes e operadoras de telefonia móvel presentes na edição
2004 do 3GSM World Congress,
realizado na semana passada em
Cannes (França), concordam: a
adoção em larga escala dos celulares de terceira geração (3G) acontece ainda neste ano -no terceiro
trimestre, segundo Arun Sarin,
presidente da britânica Vodafone-, ao menos nos países em
que o uso dos celulares já é alto.
A principal característica dessa
tecnologia é a capacidade de
transmitir grandes quantidades
de dados em alta velocidade, possibilitando download de músicas,
streaming de vídeo e localização
por GPS (sistema de posicionamento global). Durante o evento,
estandes de fabricantes e operadoras fizeram demonstrações de
produtos, serviços e tecnologias.
Mas, antes de se tornar uma realidade, a terceira geração enfrenta
problemas. As operadoras, segundo Arun Sarin, reclamaram
no congresso da menor qualidade
(duração da bateria e tamanho)
dos aparelhos em relação aos
atuais, de 2,5G (GSM/GPRS), o
que retardaria a liberação dos serviços, economicamente inviável.
De outro lado, fabricantes pedem uma rede estabilizada para
testar os aparelhos e argumentam
que o mesmo ocorreu com as tecnologias anteriores.
Para que a terceira geração se
torne um sistema global unificado, é preciso haver uma boa integração das redes de 3G com as demais, das quais os usuários dependerão, quando saírem da área
de cobertura dos novos sistemas.
Para complicar ainda mais a situação, debate-se a escolha de um
único padrão para todo o mundo.
Há atualmente pelo menos três
opções: o favorito W-CDMA, o
CDMA2000 e o TD-SCDMA.
O congresso também comemorou a marca de 1 bilhão de assinantes do sistema GSM no mundo, de um total estimado de 1,3 bilhão de telefones celulares ativos.
Para representantes de companhias, o crescimento agora depende de países fora do eixo EUA-Europa-Japão. "Indonésia, Brasil,
China e Índia estarão entre os
principais responsáveis para esse
crescimento", disse Jorma Ollila,
presidente da Nokia. Ele acredita
que, até 2007, haverá 2 bilhões de
celulares em operação no mundo.
Segundo números apresentados no congresso, dos 10,2 milhões de celulares GSM habilitados na América do Sul em 2003, o
Brasil foi responsável por 4,7 milhões (46%). Para Marco de Lissich, presidente da Associação
GSM na América Latina, o sistema deverá liderar a região em
2006. Atualmente, o GSM (23%
dos 117 milhões de celulares) tem
menos assinantes do que o
TDMA e do que o CDMA.
Na feira, Ericsson e Nokia apresentaram sistemas do tipo "push
to talk" (aperte para falar), ou
"voz sobre GPRS", sistema pelo
qual, apertando um botão do celular, é possível falar simultaneamente com um grupo predefinido. Na prática, o "push to talk"
lembra as transmissões via rádio,
dispensando a ligação telefônica.
O sistema deverá estrear neste
ano na Austrália e na Tailândia.
Segundo o instituto IDC, cerca
de 250 milhões de celulares estarão equipados com câmera digital
na Europa até 2007. A Kodak se
prepara para essa explosão. A
partir de maio, usuários de celulares com câmeras de alta resolução
em seis países (Alemanha, Espanha, Franca, Itália, Holanda e Reino Unido) poderão enviar fotos
para lojas conveniadas e, depois,
retirá-las impressas. O crescimento da fotografia em celulares também foi mencionado por outras
empresas: Gilles Delfassy, vice-presidente da Texas Instruments,
disse que, "em alguns anos, é provável que metade das fotos digitais sejam feitas em celulares".
O jornalista viajou a convite da Nokia
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