JULIANA DORETTO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Preste atenção na sigla PI. Além do Estado do Piauí, ela também representa uma nova entidade, o Partido dos Internautas, que acaba de dar início aos procedimentos para obter registro na Justiça Eleitoral.
A proposta é que todos possam exercer as funções desempenhadas hoje por deputados e senadores, sem, porém, ter de ir a Brasília: é só usar a internet. "Entendemos que ninguém precisaria ter representantes no Legislativo, já que todos poderiam votar pela rede", diz o presidente do partido, Valério José Gianini, 40.
O PI, criado por um grupo de amigos de São Paulo em 2001, já publicou seu estatuto e seu programa no "Diário Oficial da União" (para ler na íntegra, entre no site www.in.gov.br e, no campo de busca, procure por "internautas", sem as aspas, no dia 19/ 02/2003), como determina o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Para conseguir a regulamentação, resta ainda, entre outros procedimentos, reunir 439 mil assinaturas de simpatizantes. A entidade tem 200 filiados em nove Estados brasileiros.
Se conseguir a legalização a tempo, o partido pretende lançar candidatos já nas próximas eleições, em 2004. Quem quiser ser representante do PI terá de passar antes por uma votação. "O interessado se apresentará na página do partido, e os internautas decidirão se ele deve ou não ser candidato", afirma Fernão de Andrade, 58, secretário-geral do partido.
A campanha também será totalmente pela rede, sem comícios ou cartazes nas ruas. Se eleito, o representante terá de votar ou propor medidas sempre consultando os internautas, seguindo a vontade da maioria.
Mesmo se não conseguir eleger nenhum candidato, o PI quer usar a internet como ferramenta política. "Vamos pressionar as assembléias com abaixo-assinados de internautas", diz Andrade.
O partido ainda não tem site nem e-mail oficial -os criadores esperam o registro. Quem quiser mandar sugestões pode enviar uma mensagem para o e-mail valeriogianini@uol.com.br.


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