São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2000


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Brasil também tem tecnologia

DA REPORTAGEM LOCAL

Os laboratórios brasileiros que estudam o código genético de seres vivos também trabalham com computadores potentes. No Estado de São Paulo, universidades como USP e Unicamp contam com laboratórios de bioinformática comparáveis aos dos institutos que pesquisaram o genoma humano ao redor do mundo.
O Instituto Ludwig, de São Paulo, estuda atualmente o genoma humano do câncer e também conta com laboratórios avançados.
Segundo o professor João Carlos Setúbal, da Unicamp, o maior problema encontrado na bioinformática é a memória RAM, não a velocidade do processador. Os dados precisam ser carregados na memória para que a ordem correta das bases no DNA seja estabelecida -a leitura em disco rígido levaria muito mais tempo.
A bactéria Xylella fastidiosa foi o primeiro ser vivo a ter ser seu mapa genético decodificado no Brasil. Foi o primeiro genoma sequenciado fora do eixo Estados Unidos-Europa-Japão.
Laboratórios de todo o Estado de São Paulo estiveram interligados pela Internet, utilizando conexões de alta velocidade, para realizar a montagem de cerca de 3 milhões de bases que formam a estrutura genética da bactéria.
Mas nem só computadores superpotentes auxiliaram a pesquisa. Máquinas com processadores Pentium e sistema operacional "Linux" também realizaram sequenciamento parcial de genes.
Setúbal alerta para o fato de que os computadores são utilizados apenas para fazer previsões do conteúdo do DNA. "Não dá para ter certeza de que o gene existe e produz uma certa proteína".
Segundo ele, os componentes da molécula de DNA só podem ser reconhecidos com exatidão com testes em laboratório.


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