São Paulo, quarta-feira, 06 de junho de 2007

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Interatividade da TV digital pode ter atraso

Implantação do recurso está garantida, mas depende de plataforma estável; normas começam a ser submetidas à consulta neste mês

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

A seis meses da previsão de estréia, ainda faltam definições sobre como será a TV digital brasileira. Assim, não faltam especulações sobre como será a TV regida pelo novo padrão.
Na semana passada, depois de uma reunião do Comitê de Desenvolvimento da TV Digital, foi noticiado que o modelo que chegará em dezembro não permitirá interatividade. Isso, no entanto, não significa que em janeiro ou nos meses subseqüentes o mecanismo já não esteja funcionando.
Isso porque a interatividade está prevista no decreto 5820, que estabelece diretrizes para a transição do sistema de transmissão analógico para o digital no Brasil. Assim, mais cedo ou mais tarde, o recurso fará parte da TV digital veiculada no país. Sua implantação depende apenas do amadurecimento de uma plataforma estável.
Segundo um dos técnicos envolvidos na coordenação do processo e que preferiu não se identificar, a adoção da interatividade depende da garantia de que os receptores funcionarão sem problemas. "Lá fora aconteceu muito de, quando começava a interatividade, o receptor travava. Era preciso tirar a TV da tomada. Foi meio traumático, as pessoas passaram a odiar a interatividade."
Para não correr o risco de repetir o episódio por aqui, a implantação em rede aberta só acontecerá quando houver produtos confiáveis. Na rede por assinatura, porém, já existem mecanismos de interatividade funcionando, como nas versões digitais da Net e da Sky. Um botão no controle remoto abre menus que acrescentam informações ao que está sendo exibido na tela.
Durante a última Copa do Mundo, por exemplo, era possível saber quantos cartões amarelos tinham os jogadores ou votar em quem seria ser o artilheiro do campeonato. E a interatividade escolhida como padrão nacional deverá enriquecer as opções.
Consulta popular
Sete normas que estabelecem definições sobre a TV digital serão submetidas a consulta popular a partir deste mês.
O processo será realizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e permitirá ler, imprimir e avaliar os textos. Será possível aprová-los como estão ou manifestar objeções formais ou técnicas.
Dois blocos serão submetidos à consulta. O primeiro está previsto para ir ao ar na semana de 11 de junho e, a princípio, abrangerá as normas 1, 2, parte da 3 e a 5.
O segundo lote deve ser submetido à consulta por volta de 20 de agosto e será composto pelas normas 4, 6, 7 e por outra parte da 3. Cada um deles ficará no ar por 60 dias em www.abntnet.com.br/consultanacional.
Espera-se que as contribuições sejam pontuais, uma vez que membros da indústria de transmissores, de consumo e de radiodifusão já estão envolvidos na formulação das normas.


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