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Governos tentam controlar comércio de medicamentos pela internet, mas importação ainda foge do controle
Sites vendem remédio livremente pela web
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Comprar remédios pela internet se tornou uma tarefa cada vez
mais fácil. No exterior, o acesso a
medicamentos é simples. Não há
controle de órgãos do governo e
não se exige receita médica.
Mundialmente, há centenas de
estabelecimentos que comercializam diversos medicamentos,
controlados ou não. Proporcionalmente, também estão crescendo os riscos na compra desses
itens, uma vez que, do lado de
quem vende, há sempre aqueles
que querem se beneficiar do negócio. Sem nenhuma fiscalização,
alguns sites em operação vendem
toda sorte de remédios, incluindo
alguns para doenças incuráveis.
Se a página da rede for norte-americana, o FDA (Food and
Drug Administration: www.fda.gov), órgão que controla a liberação e a venda de remédios nos Estados Unidos, oferece algumas dicas. O usuário deve sempre checar no site www.nabp.net (National Association of Boards of Pharmacy) se a farmácia on-line é um
estabelecimento registrado.
Evite a compra no estabelecimento caso não seja mencionado
o nome de um farmacêutico profissional que possa responder a
suas dúvidas pela rede. Não acredite em propagandas que prometam milagres. E o mais importante, não compre, em hipótese alguma, em sites que ofereçam sem receita remédios controlados ou
que comercializem drogas sem a
aprovação do FDA.
A Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária: www.anvisa.gov.br) diz que, para um remédio
entrar legalmente no Brasil, são
necessárias a apresentação de receita médica, a nota fiscal e o pagamento de impostos no momento do recebimento do produto.
Como a lei que regula o comércio
de medicamentos é de 1973, a
venda pela rede não pode ser fiscalizada de maneira totalmente
satisfatória.
Uma resolução visando especificamente a regulamentação do
comércio pela internet encontra-se em fase de consulta pública e
deve ser aprovada até o final do
ano. Contudo pouco deve mudar
em relação a sites internacionais,
pois ficam de fora das leis do país.
Apesar dos esforços em controlar a entrada de medicamentos no
Brasil, não é difícil encontrar sites
ao redor do mundo que despachem os mais diversos remédios
controlados, sem esclarecer que
essa transação está sujeita às regras locais.
Economia
Os custos dos remédios vindos
de fora ficam muito acima do preço nacional. Por exemplo, uma
caixa de Zyban -usado em tratamentos antitabagistas- custa no
site da Inhouse Pharmacy (www.inhousepharmacy.com) US$ 133
(R$ 399). Comprado na página da
Farmácia em Casa (www.fec.com.br), o mesmo produto sai
por R$ 127,18, ou seja, cerca de um
terço do preço.
Contudo a venda on-line já começou a gerar brigas maiores justamente por interesses econômicos entre Canadá e Estados Unidos. No Canadá, os preços de remédios são controlados pelo Sistema Nacional de Saúde. Nos
EUA, quem dita o preço é o mercado. Isso faz com que os preços
de alguns remédios sejam até 50%
mais baixos no Canadá.
Com as farmácias on-line, a
procura por causa dessa diferença
aumentou. Alguns dos grandes
laboratórios dos Estados Unidos
estão limitando suas vendas a estabelecimentos virtuais canadenses. Esse corte no suprimento dos
remédios está causando problemas, pois os clientes esperam por
mais de três semanas para receber
um medicamento.
(DUDA SALVATO)
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