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Juiz considera que downloads não violam direitos autorais; estudo mostra que indústria não tem prejuízos
Troca de músicas é liberada no Canadá
DA REDAÇÃO
Terminou mais um round da
luta entre as associações da indústria de música e os internautas
que compartilham arquivos de
áudio pela internet.
Na semana passada, o juiz federal Konrad von Finckenstein afirmou que a Cria (associação das
gravadoras canadenses) não conseguiu provar que os internautas
violaram direitos autorais.
Para Finckenstein, fazer down-
load de músicas ou colocar arquivos de áudio em diretórios compartilhados não constitui violação
de direitos autorais, de acordo
com a lei canadense. "Esses usuários apenas puseram suas cópias
de músicas em diretórios compartilhados por outros internautas por meio do sistema P2P",
afirmou o juiz.
Ou seja, a prática de download
de áudio está liberada no Canadá.
Whitney Broussard, advogado especializado em direitos autorais,
disse que a decisão canadense não
pode se aplicar a outros países. A
Cria afirmou que vai recorrer.
"Na nossa opinião, a lei de direitos autorais no Canadá não permite que internautas coloquem
seus arquivos pessoais de áudio à
disposição para download de estranhos", disse o conselheiro da
entidade, Richard Pfohl.
A decisão do juiz canadense coloca os internautas do país em
vantagem. Nos Estados Unidos, a
associação da indústria de música
(Riaa) vem processando mais de
mil usuários por baixar músicas
pela rede.
Processos na Europa
Para somar aos processos movidos pela entidade dos EUA, gravadoras anunciaram uma ofensiva contra cerca de 300 internautas
na Alemanha, Canadá, Dinamarca e Itália.
Com sede em Londres, a IFPI
(Federação Internacional da Indústria Fonográfica), representante das gravadoras no mundo
inteiro, pretende usar a mesma
estratégia adotada pela Riaa.
"Trata-se da nossa primeira ação
para coibir o roubo de músicas",
afirmou Allen Dixon, conselheiro
da federação.
Segundo essa entidade, a prática
de download de música em redes
compartilhadas é a causa principal pela queda na venda mundial
de CDs nos últimos cinco anos.
De acordo com Dixon, as vendas
registraram queda de 7% em
2002. As cifras relativas ao ano
passado ainda não foram anunciadas, mas a previsão do órgão é
uma baixa na mesma proporção.
Pesquisa
Como contraponto à queixa da
indústria fonográfica, foi anunciado na semana passada um estudo da Universidade de Harvard
que relata que a troca de músicas
pela internet provoca baixo impacto na venda de CDs. O levantamento foi realizado por Felix
Oberholzer-Gee, da Harvard Business School, e por Koleman
Strumpf, da Universidade da Carolina do Norte. Eles analisaram
dados durante 17 semanas a partir
das redes de compartilhamento
de arquivos e conseguiram informações oficiais sobre as vendas de
CDs nos EUA. Terminadas as
comparações das informações,
Oberholzer-Gee e Strumpf concluíram que não existe uma conexão entre as quedas das vendas e o
download de arquivos de áudio.
"O número de downloads foi
imenso -3 milhões de usuários
compartilharam 500 milhões de
arquivos no KaZaA", diz o estudo. "São pessoas que baixaram
músicas e que, aparentemente,
não iriam comprar o disco que foi
baixado na rede." Segundo Oberholzer-Gee e Strumpf, um disco
precisa ser baixado aproximadamente 5.000 vezes para que ele
deixe de ser vendido nas lojas de
música. "Os downloads têm um
efeito nas vendas que é estatisticamente indistinguível do zero."
Para dar mais força à indústria
fonográfica nos EUA, promotores
norte-americanos preparam um
aviso que deverá ser distribuído
pelas redes de compartilhamento
de arquivos. Segundo a agência de
notícias Reuters, em carta redigida pelo procurador-geral Bill
Lockyer, da Califórnia, usuários
de redes, como o KaZaA e Morpheus, correm o risco de ser processados por violação de direitos
autorais. Segundo a associação
britânica da indústria fonográfica, uma pesquisa realizada entre
3.667 usuários de compartilhamento de arquivos de áudio prova que esses internautas estão
comprando menos discos. Para a
entidade, houve uma queda de
32% na venda de CDs em 2002.
Com agências internacionais
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