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JUSTIÇA
Processo nos EUA culpa o monopólio da empresa pelas falhas de segurança dos PCs e diz que sua conduta comercial é ilegal
Ação acusa Microsoft por rede vulnerável
DA REUTERS
A Microsoft é o alvo de uma
ação coletiva, na Justiça dos EUA,
que acusa a empresa de colocar
em risco redes de computadores
de todo o mundo. A ação judicial,
que foi registrada na semana passada em uma corte de Los Angeles, também afirma que os boletins de segurança da empresa de
Bill Gates são complicados demais para que o público os entenda e contêm informações que podem ser usadas por hackers interessados em explorar os defeitos
do sistema operacional Windows.
A queixa alega que a Microsoft
pratica concorrência desleal e viola duas leis de proteção ao consumidor do Estado da Califórnia
-uma das quais se destina a proteger a privacidade de dados pessoais guardados em bases de dados computadorizadas.
Muitos dos argumentos da ação
judicial e alguns de seus termos
ecoam as palavras de um relatório
que foi publicado por especialistas em segurança no final de setembro e diz que a ubiquidade
dos programas da Microsoft em
PCs transformou as redes de
computadores num risco à segurança dos EUA.
Divulgado pela Computer and
Communications Trade Association, entidade que congrega rivais
da Microsoft, esse relatório afirma que a complexidade dos programas da companhia de Bill Gates é o que os torna particularmente vulneráveis a ataques.
A Microsoft disse ter recebido
uma cópia do relatório e afirmou
que seus advogados o estavam
analisando, mas não comentou
seu conteúdo.
O advogado Dana Tascher, que
registrou a queixa em nome de
um cliente não identificado, mas
requerendo potenciais consequências para os milhões de usuários de programas da Microsoft,
não foi localizado.
"O domínio eclipsante da Microsoft nos programas para desktops [computadores pessoais]
criou um risco global. Como resultado do esforço concentrado
da Microsoft para fortalecer e expandir seu monopólio, integrando programas ao sistema operacional (...), as redes de computadores de todo o mundo ficaram
suscetíveis a falhas maciças e crescentes", diz a ação judicial.
Alvo
Com aproximadamente US$ 49
bilhões em caixa e mais de 90% do
mercado de sistemas operacionais, a Microsoft há muito é vista
como um potencial alvo para
grandes pedidos de indenização.
Mas a empresa, que tem procurado fazer acordos para extinguir
ações em que é acusada de violar
leis antitruste, também tem sido
considerada, por experts, imune a
processos que pedem indenizações. Essa imunidade existiria
porque, ao instalar programas da
Microsoft, os usuários têm de
aceitar contratos eletrônicos que
contêm cláusulas que protegem
legalmente a empresa.
A nova ação judicial surgiu poucas semanas depois que dois vírus
se alastraram aproveitando defeitos em programas da Microsoft.
O Slammer, que atacou computadores que usavam um programa da empresa para bases de dados eletrônicas, congestionou a
internet em vários países e desligou sistemas de reservas de passagens aéreas e caixas bancários nos
EUA. O Blaster, que infectou centenas de milhares de PCs, causou
destruição de dados e usou micros contaminados para atacar
outras máquinas.
No início de 2002, a Microsoft
prometeu fazer da segurança sua
prioridade, e Bill Gates lançou a
iniciativa Trustworthy Computing (computação confiável), cujo
objetivo era tornar os softwares
da empresa menos vulneráveis.
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