Cresce movimento de vendas pela Internet

Marlene Bergamo/Folha Imagem

Alguns modelos de câmeras fotográficas digitais para venda em loja da rede Plug Use

ADRIANA LUTFI
da Reportagem Local

Neste final de ano, as expectativas de vendas via Internet não poderiam ser melhores. Tanto no Brasil quanto em todo o mundo.
O shopping virtual do UOL (www.uol.com.br/compras), por exemplo, prevê que o volume de vendas e as transações comerciais em suas lojas será cinco vezes maior que no Natal de 98 -em que mais de 10 mil transações comerciais foram feitas.
O faturamento do shopping varia entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões, com cerca de 80 lojas (de livros, CDs, carros, imóveis, artigos de informática etc.). Hoje a estação registra cerca de 1,5 milhão de page views (número de páginas vistas por inteiro) por mês.
"Vamos investir bastante em publicidade para chamar a atenção de internautas", diz Alon Feuerwerker, diretor de novos produtos do UOL.
André Prado, gerente de negócios do Shopping Zaz (www.zaz.com.br/shopping), espera aumentar o atual número de lojas (70) para 90 até o fim deste ano. "Acreditamos que vá haver uma explosão de vendas no ano que vem, baseada no aumento do número de usuários brasileiros e no aumento dos investimentos em comércio eletrônico."
Aumentar o número de lojas também é a idéia da estação de compras da Starmedia, que vai incluir mais 11 em seu shopping.
Nos Estados Unidos, as estações de compras da America Online (maior provedor do mundo) e do Yahoo! explodiram em vendas no último feriado americano (Dia de Ação de Graças), no fim de novembro. Cerca de 4 milhões de assinantes da AOL (que tem 19 milhões) fizeram compras pelo portal -o triplo do ano passado-, e o número de transações comerciais feitas a partir do Yahoo! quadruplicou em relação ao mesmo período de 98. Empresas dos EUA dizem que os consumidores virtuais não estão reclamando de problemas com formas de pagamento -fato que sempre causou medo de comprar via Internet.

Livrarias e CDs
No mercado brasileiro, os itens mais procurados para compras são, segundo a pesquisa Cadê/Ibope de junho deste ano, livros (17%) e CDs (14%).
Marcelo Ballona, sócio-fundador do site Submarino (www.submarino.com.br), diz que o número de compras por dia deve aumentar 100%: "Tínhamos 40 pedidos por dia, no início (há dois meses). Hoje, atendemos a mil por dia. No Natal, a perspectiva é que esse número chegue a 2.000".
A loja, que substituiu a antiga BookNet para vender CDs e brinquedos, cobra pela entrega dos produtos, mas dá descontos em todos eles de, no mínimo, 18%. "O preço compensa o frete."
Porém a pesquisa do Cadê? dá um aviso importante: 27% dos brasileiros que acessam a rede têm medo de fornecer o número de seu cartão de crédito no momento de fazer uma compra.
Adilson Sestenari, consultor da Módulo (empresa de segurança para redes), diz que, hoje, já não há motivos para pânico. "A maioria dos sites de compras utiliza o mecanismo mínimo de segurança, que é a criptografia", diz.
O instituto de pesquisas IDC (International Data Corporation) indica que o comércio eletrônico deverá ultrapassar US$ 1 trilhão em transações comerciais até 2001. Em 2003, deverá chegar aos US$ 3 trilhões.
Outra pesquisa do IDC, realizada em junho deste ano, indica que o motivo do crescimento do comércio eletrônico na América Latina é o aumento do número de usuários de Internet, que praticamente triplica a cada ano. A quantidade de usuários no continente (de cerca de 5 milhões hoje) deve chegar a 19 milhões em 2003.


Próximo Texto: Consumidor deve evitar compra por impulso
Índice