São Paulo, Quarta-feira, 08 de Dezembro de 1999


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TECNOLOGIA

Carteira digital para compras on line ainda é só promessa

IAN AUSTEN
do New York Times News Service

As carteiras digitais -programas que automatizam o pagamento de compras via Internet- ainda não fizeram grande sucesso, nem com os consumidores nem com as lojas.
Há várias explicações. A mais evidente é a preocupação com a segurança das informações transmitidas on line. Mas, até pouco tempo atrás, o maior obstáculo ao crescimento das carteiras digitais deve ter sido causado pela ausência de um padrão comum que permita que todas as carteiras funcionem em todos os sites.
Na esperança de conseguir mudar a situação desanimadora das carteiras digitais, um grupo de empresas de cartões de crédito e produtores de softwares resolveu unir forças para tentar facilitar a vida do consumidor.
No primeiro semestre, Microsoft, IBM, Sun Compaq e America Online se uniram à MasterCard, à Visa e à American Express, além de várias empresas menores, para criar algo que ganhou um nome que é um trambolho: Electronic Commerce Modeling Language, ou ECML (linguagem de modelagem de comércio eletrônico).
"A iniciativa ECML quer facilitar o preenchimento automático de formulários de pagamento, em todo o mundo", disse Art Kranzely, vice-presidente sênior de comércio eletrônico da MasterCard International.
O ECML é um código de computador, invisível ao usuário comum, que coloca as informações digitadas pelo consumidor em caixinhas específicas, no momento em que ele cria sua "carteira".
Qualquer computador que utilizasse software baseado no padrão ECML saberia, por exemplo, que um conjunto de números representa o endereço do consumidor (rua e número da casa), outro, o CEP, e outros, seus números de telefone e cartão de crédito.
A mais recente carteira eletrônica da IBM, a primeira a seguir o padrão ECML, já está disponível em CD-ROM ou para download.
Distribuída pela MasterCard e suas emissoras de cartões, vai permitir que o usuário armazene dados de todos os seus cartões de crédito, mesmo que sejam de marcas concorrentes e, em última análise, faça compras também com cartões instantâneos (débito em conta).
Uma vez instalada, a carteira coloca um pequeno ícone na barra de ferramentas do computador que opera com "Windows 95", "98" ou "NT". Quando o usuário precisa preencher um formulário de pedido, ele abre sua carteira digital, clica na opção Preenchimento Automático, seleciona um cartão de crédito e pronto -desde que o site trabalhe com ECML.
Já o recém-remodelado Microsoft Passport é inteiramente baseado na Internet, de modo que o usuário pode acessá-lo de qualquer computador equipado com navegador.
Como seria de esperar, Josh Herst, o gerente de produto da Microsoft a cargo do Passport, rejeita por completo a hipótese de o sistema ter qualquer brecha de segurança. O sistema da Microsoft vai preencher formulários apenas em sites que ostentem o logotipo Passport.
Sejam quais forem suas vantagens, tudo indica que o destino do Passport e de outras carteiras digitais baseadas no ECML estará nas mãos de lojas on line -e isso, a longo prazo, pode acabar se revelando um problema.
Embora o sistema já tenha sido endossado por alguns nomes de peso no setor do comércio eletrônico, como a AOL, alguns dos maiores nomes no setor não o adotaram. A ausência mais notável é a da Amazon.com, que considera que a utilidade do sistema ainda não está clara.
Se um número significativo de outras grandes empresas de comércio eletrônico compartilhar com a posição da Amazon, é possível que o ECML acabe morrendo na praia, como já aconteceu com outras tentativas anteriores de criar carteiras digitais.
Mas seria agradável se o ato de comprar um CD on line ficasse mais simples do que solicitar um empréstimo pessoal ao banco.


Tradução de Clara Allain


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