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TECNOLOGIA
Carteira digital para compras on line ainda é só promessa
IAN AUSTEN
do New York Times News Service
As carteiras digitais -programas que automatizam o pagamento de compras via Internet-
ainda não fizeram grande sucesso, nem com os consumidores
nem com as lojas.
Há várias explicações. A mais
evidente é a preocupação com a
segurança das informações transmitidas on line. Mas, até pouco
tempo atrás, o maior obstáculo ao
crescimento das carteiras digitais
deve ter sido causado pela ausência de um padrão comum que
permita que todas as carteiras
funcionem em todos os sites.
Na esperança de conseguir mudar a situação desanimadora das
carteiras digitais, um grupo de
empresas de cartões de crédito e
produtores de softwares resolveu
unir forças para tentar facilitar a
vida do consumidor.
No primeiro semestre, Microsoft, IBM, Sun Compaq e America
Online se uniram à MasterCard, à
Visa e à American Express, além
de várias empresas menores, para
criar algo que ganhou um nome
que é um trambolho: Electronic
Commerce Modeling Language,
ou ECML (linguagem de modelagem de comércio eletrônico).
"A iniciativa ECML quer facilitar o preenchimento automático
de formulários de pagamento, em
todo o mundo", disse Art Kranzely, vice-presidente sênior de comércio eletrônico da MasterCard
International.
O ECML é um código de computador, invisível ao usuário comum, que coloca as informações
digitadas pelo consumidor em
caixinhas específicas, no momento em que ele cria sua "carteira".
Qualquer computador que utilizasse software baseado no padrão
ECML saberia, por exemplo, que
um conjunto de números representa o endereço do consumidor
(rua e número da casa), outro, o
CEP, e outros, seus números de
telefone e cartão de crédito.
A mais recente carteira eletrônica da IBM, a primeira a seguir o
padrão ECML, já está disponível
em CD-ROM ou para download.
Distribuída pela MasterCard e
suas emissoras de cartões, vai permitir que o usuário armazene dados de todos os seus cartões de
crédito, mesmo que sejam de
marcas concorrentes e, em última
análise, faça compras também
com cartões instantâneos (débito
em conta).
Uma vez instalada, a carteira coloca um pequeno ícone na barra
de ferramentas do computador
que opera com "Windows 95",
"98" ou "NT". Quando o usuário
precisa preencher um formulário
de pedido, ele abre sua carteira digital, clica na opção Preenchimento Automático, seleciona um
cartão de crédito e pronto -desde que o site trabalhe com ECML.
Já o recém-remodelado Microsoft Passport é inteiramente baseado na Internet, de modo que o
usuário pode acessá-lo de qualquer computador equipado com
navegador.
Como seria de esperar, Josh
Herst, o gerente de produto da
Microsoft a cargo do Passport, rejeita por completo a hipótese de o
sistema ter qualquer brecha de segurança. O sistema da Microsoft
vai preencher formulários apenas
em sites que ostentem o logotipo
Passport.
Sejam quais forem suas vantagens, tudo indica que o destino do
Passport e de outras carteiras digitais baseadas no ECML estará
nas mãos de lojas on line -e isso,
a longo prazo, pode acabar se revelando um problema.
Embora o sistema já tenha sido
endossado por alguns nomes de
peso no setor do comércio eletrônico, como a AOL, alguns dos
maiores nomes no setor não o
adotaram. A ausência mais notável é a da Amazon.com, que considera que a utilidade do sistema
ainda não está clara.
Se um número significativo de
outras grandes empresas de comércio eletrônico compartilhar
com a posição da Amazon, é possível que o ECML acabe morrendo na praia, como já aconteceu
com outras tentativas anteriores
de criar carteiras digitais.
Mas seria agradável se o ato de
comprar um CD on line ficasse
mais simples do que solicitar um
empréstimo pessoal ao banco.
Tradução de Clara Allain
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