Por questões de direitos autorais, o site de música só pode ser acessado a partir dos EUA e do Reino Unido

Miguel Riopa/ AFP

O portal de música Pandora (www.pandora.com), que funciona como uma rádio on-line personalizada, não pode mais ser acessado por internautas que estão fora dos EUA ou do Reino Unido. Quem está em outros países não consegue abrir a página.
As gravadoras pressionaram a empresa a parar a transmissão de música para países em que ainda não há acordo de licença dos direitos autorais.
Nos Estados Unidos, há uma lei que regula os direitos autorais na internet e em outras plataformas digitais, a Digital Millenium Copyright Act (DMCA).
A empresa conseguiu fazer acordos no Reino Unido e afirma que está se empenhando para obter o licenciamento em outros países.
Para saber de onde o site está sendo acessado, o sistema verifica o número IP (protocolo da internet) da conexão. Se for o caso, realiza o bloqueio e exibe um comunicado na tela.
Mas os fãs do serviço já encontraram formas de burlar o bloqueio. Eles configuram o navegador para acesso por meio de um servidor intermediário (proxy), localizado nos Estados Unidos. Ou então utilizam sites que permitem a navegação anônima. Os internautas divulgam esses truques nos fóruns de discussão.
Mas o que o Pandora tem de especial para cativar tantos fãs? Fundado por Tim Westergren, o serviço é fruto do Projeto Genoma da Música. Em parceria com o musicólogo Nolan Gasser, Westergren fez um estudo para descobrir os "genes" da música, isto é, os padrões musicais de uma composição.
Mais do que uma rádio on-line, ele é capaz de recomendar músicas ao internauta. É uma ótima ferramenta para conhecer novos artistas. O ouvinte diz se gosta ou não de uma música e o sistema vai "aprendendo" a identificar o seu gosto, analisando diversos aspectos musicais.

Taxas altas
O problema é que a situação do Pandora pode piorar, assim como a de outras rádios on-line. O Conselho de Direitos de Propriedade (Copyright Royalty Board), nos Estados Unidos, aprovou em março uma medida que determina às rádios on-line pagar uma taxa aos detentores de direitos autorais por cada vez que uma música for transmitida a um internauta.
Além disso, a rádio terá que pagar US$ 500 por cada canal que tiver. A cobrança passa a valer a partir do dia 15 de julho.
A Save NetRadio (www.savenetradio.org) é uma campanha criada por empresários do setor para tentar diminuir o valor da taxa, considerado muito alto por eles. "O pagamento de royalties está tão alto que vai quebrar as rádios on-line", diz o porta-voz da campanha Jake Ward.


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