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EUA usam lata de fritas
para ver falha em rede
D. IAN HOPPER
DA ASSOCIATED PRESS
Agentes do serviço secreto querem adotar tecnologia de ponta
para os policiais: com um notebook e uma antena feita com uma
lata de batatas fritas Pringles, é
possível encontrar furos nas redes
sem fio, em Washington.
A agência que protege o presidente e caça contraventores já começou a direcionar seu trabalho
para essas falhas. "Todos querem
redes sem fio. E a segurança sempre foi deixada para mais tarde",
afirma o agente Wayne Peterson.
O esforço é parte de um novo
plano do governo para criar um
elo com as empresas e sentir-se
mais à vontade para relatar tentativas de invasão às autoridades.
Uma legislação contra o terrorismo, aprovada recentemente, deu
ao FBI (polícia federal norte-americana) e ao serviço secreto jurisdição sobre crimes eletrônicos.
Com menos de US$ 200 é possível fazer uma rede sem fio. Quem
circula com um notebook ou micro de mão pode se conectar, em
trânsito, à rede do seu trabalho.
Essas redes estão se tornando
comuns em aeroportos, universidades, cafés, residências e até em
parques públicos. O problema é
que elas são vendidas sem medida
de segurança, e proteger uma rede sem fio de hackers exige mais
instruções do que os guias de instalação de rede oferecem.
Devido à questão de segurança,
a Casa Branca propôs recentemente banir algumas redes sem
fio em agências federais. Depois
de enfrentar protestos da indústria, o governo abandonou a idéia
quando anunciou um projeto do
seu plano de cibersegurança.
Isso levou alguns pesquisadores
independentes na área de segurança a circular por cidades para
mapear as redes. Esses mapas disponíveis em sites revelam onde
obter uma conexão gratuita de internet em uma rede privada.
O serviço secreto quer avisar as
empresas que suas conexões de
internet e suas redes privadas podem correr riscos. Alertadas sobre furos na segurança, as companhias podem reconfigurar suas
redes e torná-las mais seguras.
As ferramentas de Peterson são
um notebook, um cartão de rede
sem fio e três antenas montadas
em seu carro. Uma delas é um fio
de metal pequeno; a segunda é
um tubo branco; a terceira é caseira e feita com uma lata de batatas
fritas Pringles. As antenas captam
os sinais do cartão de rede e permitem apontar para diferentes direções até conseguir o sinal.
A lata de Pringles é ideal por
causa de seu formato -um tubo
longo que permite que qualquer
um aponte-o para edifícios específicos- e seu interior é de alumínio. Funciona como se fosse um
satélite, coletando sinais e enviando-os ao receptor, que é depois
conectado a um notebook.
Peterson recentemente circulou
por uma rua de Washington e encontrou mais de 20 redes sem fio,
muitas sem nenhuma segurança.
O agente afirmou que seus testes
eram parte de um bom trabalho
da polícia, como um patrulheiro
fazendo a ronda pela vizinhança.
O ato de "wardriving", termo
derivado do antigo "wardialing"
-programas que ligavam aleatoriamente para números de telefone buscando modems fora da lista-, pegou bem entre hackers e
mesmo entre pesquisadores não
interessados em acesso clandestino. Eles chegam a marcar com giz
nas ruas áreas em que é possível
entrar em redes sem fio desprotegidas. É o warchalking (guerra
com giz, já bem conhecido na Europa, mas do qual não há registro
em Washington, afirma Peterson.
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