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PlayStation ganha aventura épica
THÉO AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não é tarefa das mais simples
descrever com exatidão um jogo
como Shadow of the Colossus,
"sucessor espiritual" de Ico, um
dos títulos mais originais do
PlayStation 2. A aventura começa
com a chegada a cavalo do protagonista Wander a um templo, trazendo consigo uma mulher aparentemente sem vida. Para ressuscitá-la, o personagem deve derrotar os gigantes conhecidos como
colossis.
E as informações praticamente
cessam por aí, pois, assim como o
seu antecessor, Shadow of the Colossus faz valer o uso da comunicação não-verbal para contar seu
enredo usando, basicamente, sinais visuais. Resta ao jogador,
montado no cavalo Agro, explorar gigantescos ambientes em
busca dos inimigos -são 16.
A geografia do mapa é variada
-dada a sua extensão, nem sempre é simples encontrar os colossis. Para tanto, Wander precisa erguer a espada em locais iluminados pelo Sol e seguir a direção indicada pelos feixes de luz -o
controle vibra indicando quando
as coordenadas estão exatas.
Outra característica inquietante
do jogo é a escassez de seres vivos
nos cenários, uma vez que os inimigos estão exatamente contados. Por isso mesmo, mais que
um meio de transporte veloz, o
cavalo acaba servindo de companhia para a solitária jornada do
protagonista.
A princípio, saber que os oponentes do game são apenas 16 pode frustrar o jogador, mas os colossis dão um trabalho e tanto, até
porque cada um deles requer uma
estratégia diferente.
Mecânica do jogo
Os seres morrem quando a espada é cravada em certos pontos-chave. Porém, chegar até eles é tudo, menos simples, e muitas vezes
será preciso testar diversas alternativas antes de obter sucesso.
Como a dimensão dos gigantes
varia, por diversas vezes é preciso
literalmente "escalá-los".
Ainda assim o personagem não
consegue se dependurar por muito tempo, então inevitavelmente é
preciso encontrar lugares, no próprio gigantão, onde seja possível
descansar ao menos um pouco. E,
obviamente, os seres não demonstram qualquer satisfação
com a presença do jogador, fazendo de tudo para atirá-lo ao chão.
Vários dos colossis são extremamente lentos, mas, em compensação, seus ataques mostram-se simplesmente devastadores,
evidenciando o apuro gráfico de
Shadow of the Colossus -em especial dos efeitos de partículas,
que levantam poeira e pedras por
toda a tela.
Nessas situações, não é raro a taxa de quadros sofrer quedas bruscas, mas nada que chegue a prejudicar seriamente o jogo.
Certos games parecem estar à
frente de seu tempo e Shadow of
the Colossus é um deles, fugindo
de qualquer padrão, investindo
em qualidade e deixando a quantidade para segundo plano, numa
mistura de sensações como liberdade e solidão.
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