São Paulo, quarta-feira, 09 de novembro de 2005

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PlayStation ganha aventura épica

THÉO AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é tarefa das mais simples descrever com exatidão um jogo como Shadow of the Colossus, "sucessor espiritual" de Ico, um dos títulos mais originais do PlayStation 2. A aventura começa com a chegada a cavalo do protagonista Wander a um templo, trazendo consigo uma mulher aparentemente sem vida. Para ressuscitá-la, o personagem deve derrotar os gigantes conhecidos como colossis.
E as informações praticamente cessam por aí, pois, assim como o seu antecessor, Shadow of the Colossus faz valer o uso da comunicação não-verbal para contar seu enredo usando, basicamente, sinais visuais. Resta ao jogador, montado no cavalo Agro, explorar gigantescos ambientes em busca dos inimigos -são 16.
A geografia do mapa é variada -dada a sua extensão, nem sempre é simples encontrar os colossis. Para tanto, Wander precisa erguer a espada em locais iluminados pelo Sol e seguir a direção indicada pelos feixes de luz -o controle vibra indicando quando as coordenadas estão exatas.
Outra característica inquietante do jogo é a escassez de seres vivos nos cenários, uma vez que os inimigos estão exatamente contados. Por isso mesmo, mais que um meio de transporte veloz, o cavalo acaba servindo de companhia para a solitária jornada do protagonista.
A princípio, saber que os oponentes do game são apenas 16 pode frustrar o jogador, mas os colossis dão um trabalho e tanto, até porque cada um deles requer uma estratégia diferente.

Mecânica do jogo
Os seres morrem quando a espada é cravada em certos pontos-chave. Porém, chegar até eles é tudo, menos simples, e muitas vezes será preciso testar diversas alternativas antes de obter sucesso. Como a dimensão dos gigantes varia, por diversas vezes é preciso literalmente "escalá-los".
Ainda assim o personagem não consegue se dependurar por muito tempo, então inevitavelmente é preciso encontrar lugares, no próprio gigantão, onde seja possível descansar ao menos um pouco. E, obviamente, os seres não demonstram qualquer satisfação com a presença do jogador, fazendo de tudo para atirá-lo ao chão.
Vários dos colossis são extremamente lentos, mas, em compensação, seus ataques mostram-se simplesmente devastadores, evidenciando o apuro gráfico de Shadow of the Colossus -em especial dos efeitos de partículas, que levantam poeira e pedras por toda a tela.
Nessas situações, não é raro a taxa de quadros sofrer quedas bruscas, mas nada que chegue a prejudicar seriamente o jogo.
Certos games parecem estar à frente de seu tempo e Shadow of the Colossus é um deles, fugindo de qualquer padrão, investindo em qualidade e deixando a quantidade para segundo plano, numa mistura de sensações como liberdade e solidão.


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