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diversão
Editora vai produzir conteúdo para jogos
TRANSMÍDIA >> Parceria da Random House com a Stardock resultará em game e livro e se estenderá a diversas plataformas
RAFAEL CAPANEMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na semana passada, a editora
americana Random House
anunciou a criação de um grupo para criar roteiros, universos e personagens para videogames. Segundo comunicado
da empresa, a produção transmídia se estenderá a redes sociais, plataformas móveis, livros e filmes.
A Random House oferecerá
também serviços editoriais para empresas de jogos que quiserem "aprimorar a criação de
mundos e roteiros de sua propriedade intelectual existente".
A primeira parceria concreta
é com a desenvolvedora de games Stardock. As duas empresas vão dividir a criação de Elemental: War of Magic, jogo de
fantasia e estratégia para PC.
Em agosto, a editora publicará
um romance ambientado no
universo do game, "Elemental:
Destiny's Embers".
Não é a primeira vez que a
Random House se embrenha
no mundo dos games. Sua divisão Del Rey já publicou livros
baseados nos jogos Gears of
War, Halo e Mass Effect.
Para Gina Centrello, presidente da editora, o sucesso no
mercado de entretenimento
depende cada vez mais da qualidade dos enredos. "Depois de
mais de 80 anos, a Random
House está levando sua experiência de contar histórias um
passo à frente", afirmou.
Brad Wardell, executivo-chefe da Stardock, aposta que a
parceria com a Random House
resultará em universos mais
imersivos para os jogadores.
"Uma boa história não precisa
necessariamente começar e
terminar com um game. Ela pode e deve englobar quantos
meios criativos forem possíveis
para prover aos fãs a mais completa representação de um lugar ou um espaço de tempo ficcional", disse.
Entre os jogos lançados pela
Stardock estão Sins of a Solar
Empire e Galactic Civilizations.
O casamento entre literatura
e games não é novidade. No
Brasil, Taikodom (taikodom.com.br), para PC, acompanha o romance "Despertar",
de J. M. Beraldo (Devir). Na
trama, um campo de força misterioso bloqueou a Terra. O game ajuda a visualizar as máquinas do futuro citadas no livro.
Ficção interativa
Segundo Lucia Santaella, diretora do Centro de Investigação em Mídias Digitais da PUC-SP, no texto "Games e comunidades virtuais" (bit.ly/lucgam), a narrativa encontra nos
games um habitat fértil. "Em
vez de contar uma boa história,
a qualidade dos jogos computacionais está baseada em fatores
inteiramente diferentes, entre
os quais se destaca a liberdade
que o jogador de um game tem
para explorar e compreender a
estrutura de um mundo irreal e
para aprender a manipulá-lo".
"Uma ficção interativa tem
diferenças estruturais em relação à ficção tradicional", segundo Janos Biro, bacharel em
filosofia e desenvolvedor independente de jogos, no texto
"Estrutura das ficções interativas" (bit.ly/jangam). "A mais
importante das diferenças estruturais é que as partes da ficção interativa não estão arranjadas em ordem linear, mas
sim num padrão de rede, e o
que define a conexão das partes
são as escolhas do leitor".
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