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NOS CAMINHOS DA LUZ
Empresas dos EUA discutem entrada no mercado brasileiro para oferecer internet de alta velocidade
Acesso pela rede elétrica é rápido e barato
IURI DANTAS
DE WASHINGTON
Os moradores da cidade de São
Paulo podem vir a ter mais uma
modalidade de acesso rápido à internet. Desde o início do ano, a
Eletropaulo está negociando com
empresas norte-americanas a
oferta de conexão utilizando a rede elétrica. Essa tecnologia, que se
chama PLC,
já é usada nos Estados Unidos,
embora sem a enorme adesão vista nos outros serviços, especialmente cable modem e ADSL.
Segundo a Folha apurou, algumas empresas estão prontas para
iniciar o negócio, mas ainda há
questões técnicas a resolver com a
Eletropaulo.
A modalidade de acesso que utiliza energia elétrica costuma ser
de 5% a 10% mais barata que os
demais serviços de conexão.
O modelo pode servir como alternativa econômica para programas de acesso implementados pelo governo. Duas empresas procuradas pela Folha, na semana
passada, não quiseram confirmar
negociações com o Palácio dos
Bandeirantes ou com o Planalto,
mas não descartaram futuras parcerias com o poder público.
As empresas envolvidas com a
tecnologia dizem que a velocidade de acesso aumenta dos atuais 3
Mbps a 5 Mbps, da banda larga
convencional, para uma variação
de 2 Mbps a 6 Mbps. O sistema
consome pouca energia, ou seja,
não provoca aumento significativo no gasto de força elétrica.
Funcionamento
Existem dois tipos de adaptador: um na origem do serviço de
internet, que une na rede de baixa
voltagem os sinais elétricos e de
dados. Na outra ponta, um roteador transforma o sinal recebido
pela rede elétrica novamente em
dados, que podem ser repassados
aos consumidores via tomada ou
por acesso sem fio.
Como a tecnologia é razoavelmente nova, a estratégia das grandes empresas nos EUA tem sido
convencer prefeitos a permitir experiências em larga escala. Em
Cincinatti, no Estado de Ohio, e
na capital Washington há iniciativas desse tipo.
De posse dos resultados físicos e
do retorno dado pelos clientes, as
empresas buscam novos mercados. No Brasil, ajuda o fato de as
empresas de energia ainda passarem por uma recuperação depois
do apagão de 2001. Oferecendo o
serviço de banda larga, elas receberiam uma porcentagem dos valores das assinaturas.
Base econômica
Em linhas gerais, a transmissão
de dados pelos fios de cobre da
energia elétrica é uma tecnologia
antiga, deixada de lado com o início da bolha das empresas pontocom no final da década passada.
Com previsões exorbitantes de
lucro e retorno infinito dos investimentos, grandes empresas direcionaram grandes volumes de recurso para a implantação de redes
de fibra óptica ligando os EUA à
Europa, América do Sul e Ásia.
Quando a bolha especulativa
explodiu, a imensa infra-estrutura continuou disponível, com
uma diferença de preço considerável. Logo, tornava-se lógico incentivar o uso de banda larga por
consumidores domésticos e empresariais, ao mesmo tempo em
que se vendia para Índia, China e
outros países do sudeste asiático a
possibilidade de acesso muito
mais barato. Daí a atual integração tecnológica desses países com
empresas norte-americanas.
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