São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 2005

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AVALIAÇÃO

Killer 7 é inovador, mas limitado

Reprodução
Cena de Killer 7, que, nos EUA, é probido para menores de 17 anos


THÉO AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O enredo é a maior força de Killer 7 (PlayStation 2 e GameCube), que coloca o jogador no papel do ex-assassino Harman Smith, um paraplégico com múltiplas personalidades. Sua missão é deter Kun Lan, dono de um cartel cujo plano é derrubar o governo dos Estados Unidos, transformando as pessoas em assassinos psicóticos. Somente usando os poderes associados a cada uma das personalidades do protagonista é possível derrotar Kun Lan.
As diferentes personalidades de Smith são úteis, em especial, para resolver os quebra-cabeças do game. O clarividente Garcian Smith é capaz de ficar invisível e de recuperar corpos de companheiros. Já Kaeda Smith, a única mulher entre as sete personalidades, pode matar em larga escala ao liberar um vírus letal.
Para o visual, a Capcom, produtora de Killer 7, utilizou a tecnologia cell shading, que proporciona ao jogo gráficos semelhantes aos de um desenho animado, repletos de cores e de formas bastante curiosas. É um estilo que, naturalmente, ajuda a colocar a trama em maior evidência.
Killer 7 é um jogo com abordagem adulta, desde o enredo até as cenas, que não poupam sangue, desmembramentos e sexo. Os diálogos também são freqüentemente permeados por agressões verbais. Não por acaso, nos Estados Unidos, o game é permitido apenas para maiores de 17 anos.
O jogo vai muito bem até esbarrar nas questões técnicas: o excesso de limitações nos controles acaba prejudicando o desempenho como um todo. Nos momentos em que se controla o personagem, a movimentação é bastante restrita, limitada apenas a lugares predefinidos, o que frustra a expectativa do jogador de explorar os cenários.
Na hora de atirar, a perspectiva muda para a primeira pessoa (visão através dos olhos do personagem), facilitando a visualização dos inimigos e a mira. Mas, nesses momentos, o protagonista não pode se movimentar.
Mesmo com as falhas, Killer 7 é um bom jogo, sobretudo para o público que dá valor ao conteúdo e à originalidade, ainda que os aspectos técnicos não sejam excelentes. Trata-se de um game envolvente e que, em lugar de relaxar o jogador, como um simples entretenimento, deixa-o totalmente imerso em uma surreal trama de conspiração.


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