São Paulo, quarta-feira, 11 de julho de 2007

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Operadoras vendem músicas com travas

UMA NOTA SÓ - Com catálogos pequenos, lojas virtuais de canções para celular restringem cópia para o PC e via Bluetooth

DA REPORTAGEM LOCAL

Seguindo o mau exemplo das lojas virtuais de música digital legalizada do Brasil, as operadoras que vendem downloads de faixas completas adotam travas contra a cópia de arquivos, têm catálogos nanicos e cobram preços salgados.
A velocidade das transferências é um dos raros itens que merecem alguns elogios.
A prática das empresas de telefonia móvel é ainda mais restritiva para os donos de celulares do que para os internautas que tentam respeitar as leis de proteção aos direitos autorais.
Quem compra canções no site Terra Sonora (sonora.terra.com.br) e na loja UOL Megastore (megastore.uol.com.br) pode copiar os arquivos para três ou para cinco micros diferentes, respectivamente.
Já os clientes do Vivo Play e do Tim Music Store, os serviços de download de música das duas principais operadoras do país, podem ouvir as suas canções apenas em um celular.
As travas digitais impedem a cópia para PCs e as transferências por meio de tecnologias sem fio, como o Bluetooth.
"As músicas que vendemos são legais, e por isso elas têm uma coisa no conteúdo que é o DRM, o gerenciamento de direitos autorais. Isso impede que a pessoa compre a música uma vez e repasse para todo mundo", disse o gerente de serviços da Vivo, Fábio de Albuquerque Freitas, em entrevista por telefone à Folha.
O gerente de serviços da Tim Gabriel Mendes afirma que a medida foi tomada em conjunto com as gravadoras.
"Todo o nosso conteúdo é protegido por leis de direitos autorais e segue o que foi acordado com as gravadoras, com o sistema Digital Right Management Separate Delivery", disse Mendes, por e-mail.
No exterior, o uso de mecanismos para impedir cópias é alvo de críticas de consumidores, das lojas virtuais e até de mesmo de grandes gravadoras.
O DRM dificulta o uso dos arquivos e não elimina efetivamente a pirataria, uma vez que usuários mais experientes podem burlá-lo com pequenas artimanhas.
Por isso, recentemente, o iTunes, site líder do setor de venda on-line de músicas, fez acordo com a gravadora EMI para remover as restrições de cópias de músicas do seu catálogo.

Preço salgado
Uma comparação de preços com o mercado internacional também desfavorece as lojas de música das operadoras de celular brasileiras.
Enquanto empresas norte-americanas, como a Sprint, vendem músicas por US$ 0,99, os sites brasileiros cobram, em média, R$ 3 pelas músicas.
Há também a modalidade de cobrança por meio do tráfego de dados, que também não alivia muito a situação do cliente.
"O preço varia de acordo com o plano contratado pelo cliente. Em média, nos planos pós-pagos, cada download ficará em R$ 6", calcula Mendes.
Para contornar isso, a Tim lançou promoção para que o consumidor que assinar um pacote especial possa baixar 80 músicas por R$ 9,90.
(JB)


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