São Paulo, quarta-feira, 11 de setembro de 2002

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11.09 UM ANO DEPOIS

Empresas aumentam nível de segurança em sistemas para tentar impedir invasões de hackers

Cresce preocupação com ataque à rede

CADU LEITE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

As torres desmoronaram no dia 11 de setembro e, logo em seguida, começaram a surgir vírus na internet relacionados ao tema. Entre as pragas de computador, destacam-se o Antraz e o Vote.
Mas houve muita gente que lançou hoaxes, ou boatos e trotes, como o "El mundo después de la guerra".
Ele falava sobre um vírus que, supostamente, seria muito perigoso. Pouco depois constatou-se que ele nunca existiu.
Segundo Roni Katz, engenheiro de sistemas da McAfee (www.networkassociates.com.br) , diferentemente do que muitos possam imaginar, após os atentados, a quantidade de vírus que surgem diariamente não mudou.
"Continuam aparecendo de oito a 12 vírus por dia."
De acordo com ele, isso seria uma das principais razões que explicaria o fato de as empresas não terem aumentado os investimentos em antivírus.
Uma outra razão seria que, de fato, a maioria delas já possuíam a ferramenta antes dos atentados de 11 de setembro.
Katz comenta que foram as invasões de sistemas que, de fato, apresentaram um crescimento. Principalmente, nas redes de Israel e dos países aliados aos Estados Unidos.
Por isso, o que ficou marcado como uma tragédia para muitos acabou representando uma boa expectativa de negócios para as empresas de solução de segurança de rede.
Desde então, o meio corporativo tem investido mais em ferramentas para proteger suas redes de informática e tem ampliado as soluções utilizadas. Hoje, elas são mais completas.
Segundo levantamento do instituto de pesquisas IDC (www.idc.com), 53% das empresas planejam aumentar as despesas de proteção e segurança de tecnologia da informação.
Já, de acordo com pesquisa realizada pelo Deutsche Bank Securities (www.db.com), em julho esse número subiria para 56%.
Marco Bicca, engenheiro de suporte da Symantec (www.symantec.com.br), afirma que essa tendência é percebida, principalmente, em uma busca por soluções complementares.
"As empresas passaram a adotar outras ferramentas, como firewalls, detectores de intrusos e, também, filtros de conteúdo."
Segundo ele, uma razão para isso são as crescentes ameaças conjugadas. Entre as pragas de computador, estão a Nimda, a Code, a Red e a Klez.
É a chamada quarta geração de vírus, que se caracteriza pela combinação de ameaças, exploração de vulnerabilidades e propagação de diversas formas.

Plantão
A Módulo Security (www.modulo.com.br), empresa brasileira de soluções de segurança, tem turno especial para evitar problemas com ataques durante todo o dia de hoje.
Segundo Fernando Nery, presidente do conselho da empresa, isso se deve aos temores de ataques, com o 11 de setembro.
Desde ontem, a empresa colocou especialistas em esquema de plantão.
"Há muitos boatos e gente oportunista que pode aproveitar o dia para fazer ataques a redes", explica Nery.
Carlos Sakae, gerente da Core Systems no Brasil (www.corest.com), lembra que até a Nasdaq reflete o medo.
Segundo ele, essa é uma das razões pela qual a Bolsa teria apresentado queda na última semana.
"Os investidores estão se preocupando por causa de eventuais fraudes e ataques que podem ocorrer durante todo o dia. As preocupações existem e as empresas estão se precavendo", comenta o gerente.
O momento é de tanta insegurança que, de acordo com estudo da consultoria Deloitte Tousche Tohmatsu (www.deloitte.com), 77% das empresas afirmam não ter condições de realizar negócios pela internet.
E grande parte delas alegaria para isso o receio da insegurança das informações na rede.


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