São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2005

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VIDEOGAMES

Teste sua capacidade militar em aventuras na França e no território dos antigos deuses gregos

Jogos de guerra

Reprodução
O protagonista Kratos em um dos cenários de God of War, jogo que traz várias referências à mitologia grega


MARCELO BARBÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A guerra sempre dominou as paixões humanas, desde o início dos tempos. No mundo virtual dos games, a coisa não é nada diferente. Neste mês, alguns dos principais lançamentos têm como base a guerra, seja ela realista, mitológica ou futurista.
Mas jogos realistas de guerra podem servir para muito mais do que somente diversão. É o caso de America's Army, mistura de videogame com software de treinamento militar que faz muito sucesso nos EUA. Criado em 1999, a partir da idéia do coronel E. Casey Wardynski, America's Army segue a linha dos simuladores. As armas, as táticas e os equipamentos de comunicação são baseados em sistemas verdadeiros.
Um dos principais lançamentos na linha de games bélicos, Brothers in Arms procura se pautar pelo realismo. Baseia-se na história do 502º Regimento de Infantaria do Exército dos EUA. Durante a Segunda Guerra Mundial, esse regimento foi responsável pelo ataque às posições nazistas na França em preparação para o Dia D (desembarque das tropas aliadas na região da Normandia, episódio considerado o início da derrota da Alemanha na guerra).
O jogo inova ao misturar ação em primeira pessoa com estratégia. Afinal, ninguém acredita que, numa guerra, soldados treinados dediquem-se simplesmente a "atirar em tudo que se mexe" sem o mínimo de tática.

Mitologia
Simuladores têm seu público cativo e fiel, mas um pouco de fantasia também não faz mal a ninguém. Esse é ponto central em Gods of War, um dos melhores videogames (junto com Resident Evil 4) deste início de 2005.
Na pele de Kratos, um semideus, você é chamado por Zeus para destruir Ares, o deus da guerra. No Olimpo, todos pensam que Ares está louco, mas o fratricídio é proibido. Por isso, precisam confiar em Krato para acabar com a destruição que se abateu sobre a Grécia antiga. God of War é um jogo que combina violência explícita com cenas sensuais (Kratos faz sexo para ganhar magia, mas nada pornográfico).

Terror explícito
Neste mês, também temos o terror chegando aos consoles. Depois do sucesso nos PCs, Doom 3 sai para Xbox. É a guerra entre humanos e demônios num ambiente futurista.
Em comparação com a versão para computadores, o jogo no Xbox ganha nos gráficos (a não ser que a placa de vídeo do seu micro esteja entre as melhores), mas perde bastante na trilha sonora e nos efeitos especiais, que eram pontos fortes do game. Mesmo assim, ainda é possível se assustar com os diversos monstros e criaturas cujo único prazer parece ser tentar matá-lo. É diversão garantida enquanto esperamos o filme baseado no game, que está prometido para o segundo semestre deste ano.
Apesar de ainda manter muito do maniqueísmo, os games de ação estão começando a fugir da mera luta do Bem contra o Mal -Krato e seu amoralismo são exemplos concretos disso. Ou, pelo menos, alguns jogos começam a permitir a escolha dos lados. É um sinal de amadurecimento dessa nova cultura dos games.

Marcelo Barbão é coordenador editorial da Conrad Editora (www.gameworld.com.br)


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