Steve Jobs, o homem por trás da marca da maçã, surpreendeu a indústria fonográfica quando, na semana passada, pediu às grandes gravadoras que passem a vender músicas sem proteção contra cópias.
De acordo com o chefão da Apple, essas empresas deveriam abrir mão do mecanismo de proteção, chamado administração de direitos digitais, ou DRM, em inglês, em prol do desenvolvimento de novos tipos de loja e de tocador.
"Isso só pode ser visto pela indústria fonográfica como algo positivo", afirmou Jobs em comunicado publicado no site da Apple (veja mais em www.apple.com/hotnews/thoughtsonmusic).
"Por que as gravadoras deixariam a Apple vender canções sem sistemas de proteção? Simplesmente porque isso não tem funcionado e talvez nunca funcione como forma de combater a pirataria", disse ele.
Jobs vem sofrendo pressão na Europa para tornar a loja on-line iTunes compatível com tocadores de outras marcas, quebrando a exclusividade do serviço em relação ao iPod.
As quatro grandes gravadoras, Universal, Sony BMG, EMI e Warner, chegaram a negociar com a Apple a venda de canções licenciadas por um ano.
A iTunes, a maior loja on-line de músicas do mundo, é dona de 70% do mercado norte-americano e já vendeu mais de 2 bilhões de faixas desde o seu lançamento, em 2003.
Jobs afirmou ainda que calcula que apenas 3% das canções armazenadas em iPods tenham sido adquiridas na iTunes e estejam, assim, com proteção autoral.

NÃO TÃO RÁPIDO
O discurso de Steve Jobs desagradou executivos do porte de Edgar Bronfman, presidente da Warner Music. "A noção de que música não merece a mesma proteção intelectual de softwares, filmes ou videogames simplesmente porque existe um legado desprotegido no mundo físico é algo sem lógica ou mérito", afirmou Bronfman em relação ao comércio de discos piratas.

BATATA QUENTE
Segundo reportagem publicada no "New York Times", as declarações de Jobs fazem parte de uma estratégia da Apple para jogar nas gravadoras a culpa pela incompatibilidade dos tocadores com os diferentes formatos e serviços que comercializam canções.

JOGO JUSTO
A venda de músicas desprotegidas representa o extermínio do mecanismo FairPlay, da Apple, pelo qual cada canção adquirida na iTunes só pode ser reproduzida em, no máximo, cinco computadores e por um número limitado de iPods.

DISPARIDADE
Jobs disse ainda que em 2006 foram vendidos 90 milhões de iPods, o que dá uma média de 22 músicas adquiridas via iTunes por iPod.

MUITAS CABEÇAS
A Intel mostrou na semana passada um processador com 80 núcleos, que a empresa espera lançar comercialmente em cerca de cinco anos. O processador campeão de núcleos, no entanto, foi feito pela empresa ClearSpeed e conta com 96 deles.

MUITAS CABEÇAS 2
A espera de cinco anos é necessária, segundo a Intel, porque os softwares e os sistemas operacionais atuais ainda não são escritos de forma a usar os múltiplos núcleos.

17,7
milhões de micros de mão foram vendidos em 2006, segundo a Gartner

6
em cada 10 deles contavam também com função de telefone celular

Frase
"O que me conquistou foi a idéia de escrever artigos que não deixassem nada de fora"

JAMES CIMINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Que o mundo virtual pede novos padrões de comportamento não é novidade nenhuma (apesar de muita gente ainda escrever e-mails em letra maiúscula), mas que o iPod, o novo bibelô da sociedade do século 21, também preza por aquilo que os franceses chamam de "bon chic, bon genre" talvez nem todo mundo saiba.
A colunista de moda e freqüentadora da noite paulistana Erika Palomino comenta que chegar na casa de alguém com um iPod e pedir para colocá-lo para tocar pode gerar desconforto.
"Indiretamente você está dizendo que a música que seus anfitriões estão executando no local não está agradando", diz.
No entanto, a recíproca não é verdadeira. Segundo a colunista, pedir que alguém que chegue a sua casa com um tocador ponha as canções para tocar é de bom tom. "Acho educado pedir que a pessoa banque o DJ, pois demonstra que essa pessoa tem bom gosto musical."
Palomino faz apenas uma ressalva: "É muito desagradável pedir para baixar todas as músicas do iPod de alguém em seu computador, porque aquela pessoa dedicou tempo para obter aquele material. É bancar o "carioca'", afirma a colunista, que nasceu no Rio de Janeiro.

DJ iPod
Entre os DJs, há um novo jargão para os amadores que pensam que o tocador de MP3 pode transformá-los em profissionais.
Marcio Vermelho, DJ residente das noites Avesso e Caviar do clube Vegas, diz achar chato os "DJs iPod substituírem os profissionais", que fazem um trabalho de "criar atmosferas musicais" nas casas noturnas.
"Uma coisa é tocar em festinha de amigo", avalia o DJ. Ele conta que o clube carioca Dama de Ferro criou uma pista destinada aos DJs iPod, equipada com um mixer destinado ao tocador, apenas para convidados.

PULO DA RAPOSA
O navegador Firefox 3 chegou à sua segunda versão alpha e já está disponível para download. Essa, porém, ainda não é a oficial, que deve chegar apenas no segundo semestre. Não há muitas novidades em relação à edição anterior, Firefox 2.0. As pequenas mudanças estão em algumas correções e no mecanismo de exibição de páginas Gecko 1.9.

ALÔ TURBINADO
Começou anteontem a feira 3GSM, voltada ao mercado de telefones celulares. Entre as novidades do evento, que vai até amanhã, em Barcelona, está um smartphone da HP. O modelo iPaq 500 tem a aparência de um celular e sistema operacional Windows Mobile 6.

MAIS UM FRUTO
Outra novidade é o BlackBerry 8800, da RIM, que, mesclando funções de telefone e de micro de mão, é o mais fino da linha. Seu preço é de US$ 300.


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