São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TESTE USP

Voltado para uso doméstico, computador Lince é fácil de instalar e usar

Monitor é ponto fraco de micro de mesa com Linux

JOÃO DO ESPÍRITO SANTO B. NETO
ODEMIR MARTINEZ BRUNO

ESPECIAL PARA A FOLHA

O microcomputador Semp Toshiba Lince com Conectiva Linux aposta na crescente popularidade do sistema operacional Linux em micros de mesa.
Os recursos do computador são típicos de equipamentos de baixo custo destinados ao uso doméstico. Apresenta processador Intel Celeron de 1,1 GHz, 128 Mbytes de memória RAM e disco rígido de 20 Gbytes. Vídeo e áudio são integrados à placa-mãe.
Tais características o tornam adequado a aplicações de escritório, uso doméstico e internet, mas o micro não apresenta performance suficiente para aplicações que exigem mais recursos, como aplicações gráficas, servidores, jogos sofisticados etc.
O micro possui placa de modem (off-board), mas não conta com placa de rede, que, atualmente, mesmo nas soluções de baixo custo, é um componente importante, necessário, por exemplo, para conexão de alta velocidade com a internet. Uma placa de rede tornaria o micro mais adequado também para o uso em escritório.
O Lince vem equipado de fábrica com o Conectiva Linux 7.0. Além dos diversos aplicativos que acompanham o pacote da Conectiva (editores de texto, editores gráficos, planilhas de cálculo, uma série de aplicativos para rede e acesso à internet, jogos e documentação on-line), está incluído também o pacote de escritório StarOffice 5.2, similar ao Office para Windows, da Microsoft.
A instalação do equipamento é fácil. Após ligar o computador pela primeira vez, o Linux iniciou normalmente em modo gráfico. O ambiente gráfico padrão após o acesso ao sistema é o KDE. No desktop, o usuário encontrará uma série de ícones com os aplicativos mais utilizados, bem como aqueles que permitem a configuração do sistema, acesso à internet e utilização do StarOffice.
O acesso à internet é facilmente configurável e as instruções estão descritas no manual do usuário do Lince. O mesmo ocorre com o pacote StarOffice, que deve ser personalizado pelo usuário.

Monitor inadequado
O Lince é comercializado com monitor de 15 polegadas, com resolução máxima de 1024x768 pontos. A concepção gráfica dos sistemas Unix/Linux (conhecida como X Windows) teve inspiração em estações de trabalho e computadores de alto desempenho, com grande capacidade de processamento gráfico.
Tais equipamentos trabalham com monitores de alta resolução e amplas áreas de exibição (17 polegadas ou mais). Uma resolução visualmente satisfatória para trabalhar em ambiente gráfico em máquinas Linux é de 1.024x768 pontos. Mas tal resolução em um monitor de 15 polegadas não é confortável, pois as janelas, os ícones e, principalmente, os caracteres ficam muito reduzidos.
Em contrapartida, resoluções menores (800x600), que são satisfatórias no Windows, mostram-se muito restritas no Linux, especialmente para usuários acostumados com o sistema. O recomendável é que o micro venha com um monitor de 17 polegadas.
No teste, verificou-se uma limitação no número de cores do sistema de vídeo Trident Cyberblade i1. O fabricante não fornece um driver específico para esse modelo de vídeo. Assim, o driver empregado é o genérico do Linux para a família de vídeo Trident.
Para a resolução de 1.024x768, não foi possível configurar o sistema para exibir 24 bits de cores (cerca de 16 milhões de cores), mesmo havendo memória suficiente para tanto. O número máximo de cores para essa resolução foi de 16 bits ou 65.536 cores.

Conclusão
A configuração de hardware do equipamento permite classificá-lo como uma opção de baixo custo. No entanto o preço sugerido (R$ 1.999) está acima do esperado. Pronta para o uso, é uma máquina indicada para usuários domésticos e iniciantes em Linux.
A ausência da placa de rede limita a conectividade do equipamento. O conjunto seria mais atrativo se incluísse placa de rede e monitor de 17 polegadas.


João do Espírito Santo Batista Neto (jbatista@icmc.usp.br) é doutor em sistemas biomédicos pelo Imperial College, Universidade de Londres. É docente do ICMC-USP. Odemir Martinez Bruno (bruno@icmc.usp.br) é doutor em física computacional pela USP e docente do ICMC-USP.


Texto Anterior: Hardware: IBM constrói microscópio eletrônico para criar chips
Próximo Texto: Micro de mão: Portátil apresenta teclado embutido
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.