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BANDA LARGA
Conexão desprotegida fica propensa a se tornar central gratuita de acesso à internet
Vizinhos invadem redes Wi-Fi domésticas
MICHEL MARRIOTT
DO "NEW YORK TIMES"
No início, a conexão sem fio à
internet que Christine e Randy
Brodeur instalaram na casa deles,
em Los Angeles (EUA), funcionou perfeitamente. Porém, logo o
acesso foi ficando lento, como o
trânsito da hora do "rush", até se
tornar praticamente inutilizável.
"Não sabia em quem botar a culpa", lembra Christine. Os culpados eram os vizinhos, que se infiltraram na rede do casal. O tráfego
adicional quase sufocou os Brodeur, que pagam uma mensalidade de US$ 40 pelo acesso.
O uso não autorizado de conexões sem fio à internet, conhecido
como "piggybacking" (carregar
nos ombros), não é mais prática
exclusiva de nerds que aplicam
golpes ou de hackers em busca de
redes desprotegidas. Pessoas normalmente honestas também estão se infiltrando. "Não considero
um roubo", diz Edwin Caroso, 21,
estudante do Miami Dade College, de Miami. "Muitos não protegem suas conexões, então me sinto livre para usá-las."
Pessoas que navegam em redes
desprotegidas dizem não se sentir
como ladrões porque não parece
que estão, de fato, tirando algo de
outra pessoa. Um dos invasores
comparou o ato a "ler o jornal de
outra pessoa por cima de seus
ombros".
As invasões, segundo as fabricantes de roteadores sem fio, afetam quem mora em cidades muito povoadas, como Nova York ou
Chicago. O problema é pior em
prédios, pois as ondas de Wi-Fi,
que têm alcance médio de 60 metros, passam por paredes, pisos e
tetos. Grandes hotéis que oferecem o serviço de internet sem fio
viram centrais de acesso para casas e restaurantes próximos.
Facilitando
Para Mike Wolf, da ABI Research, muitos usuários não protegem suas redes com senhas ou
criptografia. Programas para isso
são mandados com os roteadores
-dispositivos que possibilitam o
acesso sem fio.
Donos de redes domésticas admitem que não dificultam as coisas para os invasores. Outros, ao
contrário, acham que estão protegidos contra invasões, mas depois
descobrem que não. Marla Edwards, estudante do Baruch College de Nova York, descobriu que
um visitante com um laptop conseguiu facilmente invadir sua rede. "Não há um medidor dizendo
que 48 pessoas estão usando a sua
conexão", diz Edwards.
Em 2005, já eram mais de 44 milhões as redes de banda larga nos
cerca de 100 milhões de lares americanos. Aproximadamente 16,2
milhões delas estarão livres dos
fios até o final deste ano. Em 2003,
apenas 3,9 milhões de lares tinham conexões sem fio, estima
Jonathan Bettino, da Belkin, fabricante de roteadores sem fio.
Humphrey Cheung, do site
tomshardware.com, decidiu descobrir se as redes sem fio são mesmo tão numerosas. Em 2004, sobrevoou Los Angeles em um monomotor levando dois laptops.
Descobriu mais de 4.500 redes
sem fio, e apenas 30% delas tinham proteção contra invasões.
Tradução de Flávio da Rocha Silveira
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