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INTERNET DE PAREDE
EUA apressam adoção de sistema digital, e fabricantes criam aparelhos que se ligam ao PC e à rede
TVs assumem funções de computador
BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A TV digital ganhou impulso
quando os Estados Unidos, na semana passada, resolveram acelerar sua adoção. Todos os televisores de tela grande -de 25 a 36 polegadas- terão de ser compatíveis com o padrão digital ATSC
em 1º de março de 2006, quatro
meses antes da data inicialmente
prevista. Nos Estados Unidos, a
TV digital já é uma realidade: as
grandes redes abertas transmitem
diversos programas em alta definição (HDTV) -com quase sete
vezes a resolução de imagem da
TV analógica-, e os serviços por
assinatura oferecem canais exclusivos para a HDTV.
Como os EUA têm 275 milhões
de TVs, muita gente vai trocar de
aparelho nos próximos dois anos.
Por isso, as grandes empresas de
eletrônica estão radicalizando as
inovações em seus televisores.
Além de telas finas e alta resolução de imagem, as TVs digitais de
última geração são verdadeiros
computadores: elas gravam vídeo
digitalmente, podem ser ligadas a
câmeras digitais e se comunicam
sem fios com o PC e a internet.
No Brasil, a transmissão de TV
digital já existe, mas apenas em
serviços pagos e com baixa resolução. O governo continua deliberando sobre o
padrão digital a ser adotado na
TV aberta, e promete uma decisão apenas em fevereiro de 2006.
Um documento oficial do Ministério das Comunicações
(www.mc.gov.br) fala em desenvolver um padrão brasileiro, mas
ressalta que "o aumento da
abrangência e [da] flexibilidade",
considerado "importante" na tecnologia brasileira, "pode elevar o
preço final dos equipamentos". A
afirmação do documento é clara:
se o país adotar um padrão tecnológico próprio, o preço dos televisores pode subir.
Próxima geração
Empresas em vários países já
testam a IPTV, que é uma tecnologia de transmissão via internet
com recursos ultra-sofisticados.
A televisão passa a ter uma conexão permanente, de banda larga, à internet, ou seja, dá para fazer download de programas (o
episódio de uma série que você
perdeu, por exemplo) e programar remotamente o aparelho.
Basta mandar um e-mail para a
IPTV para que ela agende a gravação de um determinado show. A
FastWeb (www.fastweb.it), na
Itália, tem um dos serviços IPTV
mais interessantes.
No computador
O computador pessoal não ficou atrás. Os Media Center PCs,
sucesso de vendas nos EUA, usam
uma versão especial do Windows
que transforma o computador em
gravador digital, capaz de gravar
vídeos em DVDs e até transferi-los para um tocador portátil.
Também já existem placas que
transformam o computador em
receptor de TV digital, por um
preço bem razoável. Infelizmente,
nenhum desses produtos pode
ser comprado (ou funcionaria
corretamente) no Brasil.
Uma dica para quem quer captar a TV analógica brasileira no
computador é a placa PixelView
PlayTV MPEG2 (www.pixelview.com.br), que tem preço relativamente acessível: R$ 280. Com um
computador de 1,5 GHz e 256
Mbytes ela já funciona bem, e o
software fornecido (Power VCR
II) tem várias funções úteis.
Dá para pausar transmissões ao
vivo e gravar programas, inclusive agendando gravações. Com
mais R$ 300, você pode comprar
um gravador de DVD, transformando seu computador em gravador digital de vídeo (DVR),
aparelho que é febre de vendas
nos Estados Unidos.
Ligando um televisor comum
ao adaptador Prismiq, qualquer computador pode
acessar a internet. Esse aparelho
também integra a TV ao micro,
ou seja, ela recebe sem fios as músicas e os vídeos contidos no PC.
Outro adaptador do gênero é o
MSN TV 2, da Microsoft, que só
está disponível nos EUA.
Mobilidade
A TV digital também já chegou
ao celular -a Coréia do Sul tem
um satélite que transmite sete canais com programação exclusiva
para telefones portáteis. Recentemente o consórcio ATSC, que supervisiona o
padrão de TV digital norte-americano, mostrou um aprimoramento que torna seu sistema compatível com a transmissão para aparelhos móveis. Isso abre caminho
para a popularização de telefones
capazes de sintonizar televisão.
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