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PERSEGUIÇÃO
Aumenta o número de crianças on-line e de sites que exploram menores; ONGs aliam-se à polícia na caça a criminosos
Internet vira arma para chegar a pedófilo
MARIJÔ ZILVETI
DA REPORTAGEM LOCAL
As estatísticas falam por si. O
Reino Unido registra o maior índice de crianças européias plugadas na rede: 4,5 milhões, contra 3
milhões na Alemanha e 1,5 milhão na França. Os dados pertencem ao instituto de pesquisas
Nielsen/NetRatings, que constatou que, dos mais de 13 milhões
de crianças e jovens europeus on-line, 4 milhões têm menos de 12
anos.
Se as crianças estão na rede, navegando em sites, batendo papo
em salas de chat ou via programas
de mensagem instantânea, como
o ICQ, do outro lado da tela há
uma malha de criminosos espalhados pelo mundo. Em 1998, havia 14 milhões de sites relacionados à pornografia. Em 2003, esse
número foi catapultado para 260
milhões de páginas.
A guerra contra a pedofilia está
declarada em vários países, que
contam com uma malha de organizações não-governamentais
que trabalham em conjunto com
as polícias estadual e federal para
combater esse crime, cuja pena no
Brasil, prevista em lei, pode levar a
reclusão de um a quatro anos (lei
nº 8.069, art. 241).
Estratégias
As estratégias da polícia para
chegar aos criminosos passam
pela caça a sites por meio de mecanismos de busca, policiais que
usam a linguagem de adolescentes para bater papos on-line com
pedófilos e depois flagrá-los e o
uso de software para a recuperação de arquivos apagados no disco rígido.
A promotora Jeanine Pirro, de
Westchester, no Estado de Nova
York, anunciou na sexta-feira, dia
10, a 77ª prisão de uma série de
crimes de pedofilia pela internet.
Segundo a assessoria de imprensa da promotora, foi anunciada a prisão de David Traverso,
acusado de tentar encontrar-se
com uma garota menor de 18
anos, com quem ele manteve conversas de conotação sexual explícita.
Essa menina era, na verdade,
um policial com quem Traverso
vinha mantendo ciberencontros
do dia 4 de agosto até 9 de outubro. Traverso foi preso ao chegar
ao local do encontro que havia
marcado com a suposta garota. Se
julgado e condenado, a pena é de
quatro anos em uma prisão estadual.
Uma das especialidades da promotora é o combate à rede de pedofilia e pornografia. Em seu livro
intitulado "To Punish and Protect", Pirro aconselha os pais, no
capítulo Internet Safety, a advertir
os filhos para não falar com estranhos. Sugere também monitoramento dos micros em casa, além
de não temer ter acesso às contas
de e-mail das crianças.
Brasil
Para combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, o governo brasileiro
criou a Assessoria Especial dos
Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, que mantém
o Disque Denúncia de Abuso e
Exploração de Crianças e Adolescentes (tel. 0800 99-0500). Funciona de segunda à sexta-feira, das 8h
às 18h. Está prometido para o final do mês o atendimento em três
turnos e no final de semana.
Segundo a coordenadora do
serviço, Elizabeth Leitão, de 15 de
maio até 1º de outubro, foram registradas 2.938 denúncias. Desse
total, 407 estão classificadas em
exploração sexual comercial, das
quais 64 estão vinculadas à pornografia pela internet.
Em São Paulo, a 4ª Delegacia de
Meios Eletrônicos mantém 11 investigadores desde 2001. Nesse
período, foram registrados 123
casos de pedofilia.
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