São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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Especialista alerta para riscos da internet

DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira vez que a californiana Laura Chappell teve contato com um PC foi na faculdade, quando sua colega de quarto levou um micro para o dormitório. Hoje, Chappell é consultora de segurança de órgãos como o FBI e a CIA, além de manter sua própria empresa, Protocol Analysis Institute (www.packet-level.com). Em visita a São Paulo, para participar de um seminário organizado da Faculdade Armando Álvares Penteado, ela deu a seguinte entrevista à Folha. (MB)
 

Folha - Como você se interessou por segurança digital?
Chappell
- Sempre gostei de jogar e o universo da computação é muito semelhante ao dos jogos. Computação é resolver problemas, não é saber matemática. Mulheres são muito boas em resolver questões sociais, mas resolver problemas de sistemas é muito mais divertido. Logo percebi que lidar com computador também levava a uma outra questão: administrar dados das pessoas.

Folha - Quais riscos corremos?
Chappell
- O principal é o roubo de dados. Há um mercado negro para isso. Um número de cartão de crédito vale US$ 10. Dados completos valem US$ 40. E obter essas informações é fácil. Há o Google e até opções melhores, como um programa chamado Argali, um enorme buscador de dados.

Folha - É certo ensinar como roubar informações?
Chappell
- Quem está interessado em cometer crimes já sabe de tudo isso. São as pessoas que deviam se proteger que não sabem. Muitas vezes elas não percebem que dizem coisas que não diriam a um estranho. Na internet, não publique nada que a mãe do seu namorado não possa ler.

Folha - O Google tem enfrentando problemas com o governo brasileiro por causa do Orkut, que vem sendo usado para a práticas de crimes, como tráfico de drogas e pedofilia. Como administrar isso?
Chappell
- Não acho que as empresas que cuidam desses sites irão à caça dessas pessoas. A polícia é quem precisa aprender a lidar com a criminalidade digital.

Folha - Como proteger os jovens sem invadir sua privacidade?
Chappell
- Os pais devem dispor de informações sobre os sites e as pessoas com quem seus filhos conversam na rede. Se o meu filho sumir, não importa a sua privacidade, vou querer trazê-lo de volta o mais rápido possível. E se você possuir dados que o levem ao seu desaparecimento, será mais fácil.


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