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Especialista alerta para riscos da internet
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira vez que a californiana Laura Chappell teve contato
com um PC foi na faculdade,
quando sua colega de quarto levou um micro para o dormitório.
Hoje, Chappell é consultora de segurança de órgãos como o FBI e a
CIA, além de manter sua própria
empresa, Protocol Analysis Institute (www.packet-level.com). Em visita a São Paulo, para
participar de um seminário organizado da Faculdade Armando
Álvares Penteado, ela deu a seguinte entrevista à Folha.
(MB)
Folha - Como você se interessou
por segurança digital?
Chappell - Sempre gostei de jogar e o universo da computação é
muito semelhante ao dos jogos.
Computação é resolver problemas, não é saber matemática.
Mulheres são muito boas em resolver questões sociais, mas resolver problemas de sistemas é muito mais divertido. Logo percebi
que lidar com computador também levava a uma outra questão:
administrar dados das pessoas.
Folha - Quais riscos corremos?
Chappell - O principal é o roubo
de dados. Há um mercado negro
para isso. Um número de cartão
de crédito vale US$ 10. Dados
completos valem US$ 40. E obter
essas informações é fácil. Há o
Google e até opções melhores, como um programa chamado Argali, um enorme buscador de dados.
Folha - É certo ensinar como roubar informações?
Chappell - Quem está interessado em cometer crimes já sabe de
tudo isso. São as pessoas que deviam se proteger que não sabem.
Muitas vezes elas não percebem
que dizem coisas que não diriam
a um estranho. Na internet, não
publique nada que a mãe do seu
namorado não possa ler.
Folha - O Google tem enfrentando problemas com o governo brasileiro por causa do Orkut, que vem
sendo usado para a práticas de crimes, como tráfico de drogas e pedofilia. Como administrar isso?
Chappell - Não acho que as empresas que cuidam desses sites
irão à caça dessas pessoas. A polícia é quem precisa aprender a lidar com a criminalidade digital.
Folha - Como proteger os jovens
sem invadir sua privacidade?
Chappell - Os pais devem dispor
de informações sobre os sites e as
pessoas com quem seus filhos
conversam na rede. Se o meu filho
sumir, não importa a sua privacidade, vou querer trazê-lo de volta
o mais rápido possível. E se você
possuir dados que o levem ao seu
desaparecimento, será mais fácil.
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