São Paulo, quarta-feira, 17 de outubro de 2007

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Miniaplicações ainda não dão lucro

BRAD STONE
DO "NEW YORK TIMES"

Desde que o Facebook disponibilizou sua plataforma de desenvolvimento para programadores externos, em maio último, surgiram mais de 5.000 aplicativos para incrementar as páginas pessoais.
Mas até agora, ninguém provou se é possível usá-lo para montar um negócio lucrativo. Rajat Agarwalla, 26, e Jayant Agarwalla, 21, irmãos, são de Calcutá (Índia) e inventaram o Scrabulous, uma adaptação popular das palavras cruzadas, que já foi adicionada a mais de 840 mil páginas.
Rajat afirmou ter experimentado todas as redes de publicidade do Facebook e nenhuma delas rendeu-lhe muito dinheiro. Segundo ele, o faturamento quase não paga os custos com banda larga. Agora, está usando o Google AdSense a fim de colocar links de anúncio nos textos da página-suporte do Scrabulous -parte do site por meio do qual os usuários instalam um aplicativo. Esse é o único espaço em que os criadores podem colocar anúncios; são proibidos de fazê-lo em seus perfis. Contra isso, o próprio Facebook anunciou que em breve será criado um sistema de anúncio para os criadores de programas.
Mas os irmãos não vêem problema nisso: "Para nós, é uma comunidade em que as pessoas se divertem em vez de pagarem para se distrair ou ficarem pensando que, por trás disso, há um império empresarial."
Lance Tokuda, diretor-executivo da RockYou, disse que cobraria caro pelo Super Wall, a miniferramenta mais popular da empresa dele, com 10 milhões de usuários. "Se você me entregasse um cheque de US$ 10 milhões, eu iria recusar", disse Tokuda, cuja empresa tem 20 funcionários.
O próprio Facebook tem alimentado esse entusiasmo. No mês passado, o fundador da empresa, Mark Zuckerberg, anunciou a criação do fundo de investimentos FB Fund, que concederá até US$ 250 mil para os interessados em desenvolver novas ferramentas.
O histórico de ações dos contatos exibe os novos aplicativos adicionados, o que permite que se espalhem de maneira mais ágil e barata do que se ficassem disponíveis em um site comum.
A iLike, que trabalha com música pela web, foi uma das primeiras a oferecer um aplicativo no site e já conseguiu o dobro de tráfego do que o site www.ilike.com, criado um ano antes. A empresa fatura também com a cobrança de comissões quando os usuários compram ingressos para shows ou baixam músicas do iTunes.
Na metade deste ano, o capitalista Lee Lorenzen, que se descreve como o "primeiro investidor de risco dedicado exclusivamente ao Facebook", abriu um fundo de US$ 25 milhões e criou um programa, disponível em adanomics.com, que determina o valor das miniferramentas.
Avaliando variáveis como número de usuários, freqüência de uso e faturamento com publicidade, Lorenzen estima que miniferramentas como Where I've Been e Texas Hold'Em Poker valham cerca de US$ 2 milhões cada uma.
Chamath Palihapitiya, vice-presidente de marketing e operações no Facebook, argumenta que o valor pago pelas ferramentas é razoável em vista do que se oferece aos investidores. "Com pouco dinheiro e em curto espaço de tempo, pode-se descobrir se os consumidores adotarão ou não seu aplicativo, o que reduz o risco", afirmou.


Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO


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