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Miniaplicações ainda não dão lucro
BRAD STONE
DO "NEW YORK TIMES"
Desde que o Facebook disponibilizou sua plataforma de desenvolvimento para programadores externos, em maio último, surgiram mais de 5.000
aplicativos para incrementar as
páginas pessoais.
Mas até agora, ninguém provou se é possível usá-lo para
montar um negócio lucrativo.
Rajat Agarwalla, 26, e Jayant
Agarwalla, 21, irmãos, são de
Calcutá (Índia) e inventaram o
Scrabulous, uma adaptação popular das palavras cruzadas,
que já foi adicionada a mais de
840 mil páginas.
Rajat afirmou ter experimentado todas as redes de publicidade do Facebook e nenhuma delas rendeu-lhe muito dinheiro. Segundo ele, o faturamento quase não paga os custos
com banda larga. Agora, está
usando o Google AdSense a fim
de colocar links de anúncio nos
textos da página-suporte do
Scrabulous -parte do site por
meio do qual os usuários instalam um aplicativo.
Esse é o único espaço em que
os criadores podem colocar
anúncios; são proibidos de fazê-lo em seus perfis. Contra isso, o próprio Facebook anunciou que em breve será criado um sistema de anúncio para os
criadores de programas.
Mas os irmãos não vêem problema nisso: "Para nós, é uma
comunidade em que as pessoas
se divertem em vez de pagarem
para se distrair ou ficarem pensando que, por trás disso, há um
império empresarial."
Lance Tokuda, diretor-executivo da RockYou, disse que
cobraria caro pelo Super Wall, a
miniferramenta mais popular
da empresa dele, com 10 milhões de usuários. "Se você me
entregasse um cheque de US$
10 milhões, eu iria recusar",
disse Tokuda, cuja empresa
tem 20 funcionários.
O próprio Facebook tem alimentado esse entusiasmo. No
mês passado, o fundador da
empresa, Mark Zuckerberg,
anunciou a criação do fundo de
investimentos FB Fund, que
concederá até US$ 250 mil para
os interessados em desenvolver novas ferramentas.
O histórico de ações dos contatos exibe os novos aplicativos
adicionados, o que permite que
se espalhem de maneira mais
ágil e barata do que se ficassem
disponíveis em um site comum.
A iLike, que trabalha com
música pela web, foi uma das
primeiras a oferecer um aplicativo no site e já conseguiu o dobro de tráfego do que o site
www.ilike.com, criado um
ano antes. A empresa fatura
também com a cobrança de comissões quando os usuários
compram ingressos para shows
ou baixam músicas do iTunes.
Na metade deste ano, o capitalista Lee Lorenzen, que se
descreve como o "primeiro investidor de risco dedicado exclusivamente ao Facebook",
abriu um fundo de US$ 25 milhões e criou um programa, disponível em adanomics.com,
que determina o valor das miniferramentas.
Avaliando variáveis como
número de usuários, freqüência de uso e faturamento com
publicidade, Lorenzen estima
que miniferramentas como
Where I've Been e Texas Hold'Em Poker valham cerca de
US$ 2 milhões cada uma.
Chamath Palihapitiya, vice-presidente de marketing e operações no Facebook, argumenta que o valor pago pelas ferramentas é razoável em vista do
que se oferece aos investidores.
"Com pouco dinheiro e em
curto espaço de tempo, pode-se descobrir se os consumidores adotarão ou não seu aplicativo, o que reduz o risco", afirmou.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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