São Paulo, quarta-feira, 18 de abril de 2001

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PERFIL

Ciberbrinquedo da Sony vem com câmera embutida para tirar fotos e tem recursos para adequar seu comportamento

Cão-robô "cresce" e ouve a voz do dono

Cléo Velleda/Folha Imagem
Cibercão Aibo, que usa uma câmare digital embutida para reconhecer bolinha; no destaque, peças que formam o robô da Sony


ALEXANDRE VERSIGNASSI
DA REPORTAGEM LOCAL

Seu nome significa "companheiro" em japonês. E o Aibo, o cãozinho-robô da Sony, até que engana bem: ele obedece quando o dono manda sentar, gosta de afagos, fica triste quando é repreendido e sabe dar a pata.
Quando o Aibo testado pela Folha se entretinha com uma bolinha de plástico -como um gato com um novelo de lã-, ficava difícil lembrar que ele não passa de um amontoado de 20 motores movidos a bateria, dispostos em uma estrutura de plástico do tamanho de um poodle.
O que dá vida a essa parafernália é um processador do tipo Risc (usado em grandes computadores) de 64 bits e cartões de memória de 32 Mbytes.

Vivendo e aprendendo
Sem um cartão de memória, o Aibo serve apenas como um peso para papel em forma de cachorro. Os cartões são vendidos separadamente, e cada um deles traz um tipo diferente de programa.
O principal entre esses aplicativos é o "Aibo Life" (leia texto nesta página). Com um cartão instalado no drive que fica em suas costas, o cão passará a se comportar como se tivesse acabado de nascer: ficará deitado sobre pernas desengonçadas, pois ainda não sabe movê-las.
Ele tentará se levantar, trôpego, e não irá conseguir. Então, para encorajá-lo, o dono deverá acariciar um dos sensores que ele tem na cabeça em cada uma das tentativas frustradas.
Aí começa seu processo de aprendizado: o Aibo passa a responder a comandos de aprovação e reprovação do dono às suas atitudes. Passar o dedo levemente sobre sua cabeça, por exemplo, quer dizer carinho; dar dois toques nela significa uma bronca.
Assim, o cartão de memória vai registrando quais comportamentos devem ser repetidos e quais devem ser banidos da personalidade do cãozinho enquanto dura seu processo de amadurecimento. Dessa forma, quando o cão ficar mais "velho", ele fará mais coisas de que o dono goste, já que receberá mais afagos.

Fases da vida
O "Aibo Life" faz a vida do cão passar por estágios. Quando ele é bebê, por exemplo, há quatro fases diferentes. E, em cada uma, ele ganha capacidade de aprender novos truques. Para ter uma idéia, é na terceira fase como bebê que ele toma conhecimento de sua bolinha e, para poder chamá-lo pelo nome, apenas no quarto estágio.
Depois, vêm a infância, a adolescência e a fase adulta. Nesta última, enfim, o robô já sabe pedir a companhia do dono (levantando a pata e emitindo sinais sonoros), reconhecer cerca de 50 comandos de voz em inglês (como "sit", para ele se sentar, e "good boy", para aprovar atitudes dele), além de explorar os móveis da casa. Para isso, aliás, ele usa uma câmera, que, além de gravar fotos digitais no cartão de memória, faz o robô sentir-se atraído por objetos.
"Outro dia ele se encantou com a perna da cadeira e não parava de girar em torno dela", diz o diretor de tecnologia paulistano Flávio Martins, que mantém o Aibo da foto acima em seu apartamento. "Gosto de robótica e acho o Aibo algo muito sofisticado", diz.

Só lá fora
Martins comprou seu robô em Nova York por US$ 1.500. A versão mais recente do Aibo está à venda nos EUA, na Europa, em Cingapura, na China e no Japão desde novembro.
Como a Sony não distribui esse brinquedo no país, brasileiros que quiserem comprá-lo precisam viajar ou adquirir um via rede em sites de compras que remetam para o exterior, como o http://shopping.yahoo.com.
Mas cuidado: as taxas de frete e importação encarecem o robozinho em mais de 60%.
Por fim, se comprar um Aibo é algo que não cabe no seu orçamento, vá a www.us.aibo.com. Lá há uma animação em 3D com os movimentos do robô. Serve, pelo menos, para dar água na boca.


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