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Supercomputador com chips de toca-MP3 fica mais econômico
DUNCAN GRAHAM-ROWE
DA "TECHNOLOGY REVIEW"
Apesar de todo o poderio dos
supercomputadores de hoje,
nenhum deles consegue rodar
algoritmos capazes de prever a
ocorrência de fenômenos climáticos com a precisão de quilômetros -algo que permitiria
aos cientistas criar modelos sobre o comportamento das nuvens, aumentando a exatidão
dos modelos climáticos e facultando a adoção de políticas
mais eficientes no combate ao
aquecimento global.
Agora, no entanto, pesquisadores do Laboratório Nacional
Lawrence Berkeley, na Califórnia, elaboraram um novo tipo
de supercomputador poderoso
o suficiente para rodar modelos
de precisão na escala dos quilômetros.
O supercomputador proposto, que se valeria de avanços
tecnológicos usados em telefones celulares e em tocadores de
MP3, seria centenas de vezes
mais poderoso do que qualquer
outra máquina do tipo, tornando-o mais eficiente em termos
de custo-benefício.
"Hoje, o dinheiro envolvido
representa um obstáculo no caminho para montar sistemas
maiores capazes de resolver
problemas maiores", disse
John Shalf, cientista que trabalha no laboratório.
Com a tecnologia existente
hoje, um supercomputador apto a rodar modelos climáticos
de alta resolução resultaria em
uma conta de luz de cerca de
US$ 150 milhões ao ano, afirmou Shalf.
Chips econômicos
Usando processadores regulados com precisão para economizar energia, o cientista e seus
colegas esperam ser capazes de
fazer rodar um supercomputador gastando apenas uma parte
desse montante.
Enquanto um processador
de uso genérico é fabricado para realizar uma variada gama de
operações, um processador de
iPod, por exemplo, especializou-se em uma pequena quantidade de tarefas determinadas.
Os pesquisadores de Berkeley usaram o programa da Tensilica, uma fabricante de chips
de Santa Clara (Califórnia) que
desenvolve esses dispositivos
para a Motorola, a fim de construir um núcleo de processador
capaz de realizar apenas as funções necessárias.
Os cientistas projetaram estruturas específicas de memória e comunicação para ficar
entre os núcleos de forma a reduzir a ineficiência e minimizar o consumo de energia.
No total, o supercomputador
terá 20 milhões de núcleos de
processamento. Os pesquisadores prevêem que, com chips
de 32 núcleos, o computador
todo ocupará um espaço equivalente ao de metade de uma
quadra de tênis.
Até o final do ano, os cientistas esperam ser capazes de simular um modelo climático em
dezenas de núcleos.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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