|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
entretenimento
Buscas na rede dão conteúdo para teatro
EXPERIMENTAL >> Trabalho, que usa registros de pesquisas, dá prosseguimento à tendência de integrar a tecnologia às artes
KATHY MATHESON
DA ASSOCIATED PRESS
Há, sem dúvida, vários termos bizarros colocados nos sites de busca da internet: "mange" (ronha, um tipo de sarna),
"human mold" (molde humano), "white camellia" (camélia
branca), "dying Elmo" (Elmo
moribundo).
Tais palavras poderiam servir como pista para encontrar
uma pessoa desaparecida?
Essa é a premissa de que parte "User 927" (usuário 927),
uma nova peça de teatro encenada na Filadélfia que mistura
ficção e realidade ao contar a
história de uma pessoa que desaparece de uma cidade do
Meio-Oeste norte-americano.
"É a primeira peça do mundo
baseada em um registro de busca", afirmou o diretor da produção, Michael Alltop (www.bratproductions.org).
Como tudo começou
O fio da meada do enredo é o
registro de buscas realizadas
on-line por um cliente de carne
e osso da AOL -identificado
apenas como Usuário 927-, registro esse divulgado dois anos
atrás, em uma gafe de violação
de privacidade bastante comentada à época.
Apesar de a AOL ter colocado
identificações numéricas no lugar dos nomes reais, houve pistas suficientes para que os jornais "The New York Times" e
"The Washington Post" rastreassem dois dos usuários e os
identificassem.
A identidade do Usuário 927
continua a ser desconhecida.
Alltop, no entanto, ficou tão
fascinado com as buscas estranhas realizadas por esse usuário, incluindo buscas por perturbadoras imagens de cunho
sexual, que encomendou uma
peça de 90 minutos que girasse
em torno do registro.
A escritora Katharine Clark
Gray, 30, amiga do diretor,
criou a história de uma mãe e
de sua filha adolescente que se
mudam do Brooklyn, em Nova
York, para a cidadezinha fictícia de Osterville em busca de
uma vida mais simples.
A mãe decreta um verão analógico para as duas -sem internet, sem e-mail, sem computador. Mas a filha vai escondida à
biblioteca, onde passa a usar o
computador e explora um site
realmente existente que possui
cópias dos registros da AOL.
A platéia consegue ler o conteúdo das buscas em telas colocadas no alto do palco enquanto Deena e seus amigos vasculham os registros.
Na vida real, a AOL pediu
desculpas por ter divulgado o
registro. Mas o fato de os dados
continuarem disponíveis e de
as pessoas continuarem interessadas levanta a questão central da peça: uma pessoa é aquilo pelo que procura?
Conexões
Gray, a dramaturga que, neste mês, recebeu uma bolsa da
Pew Fellowship in the Arts para artistas da região de Filadélfia, disse que a história gira em
torno das conexões analógicas
e tecnológicas que as pessoas
fazem em suas vidas.
O conceito subjacente à peça
"User 927" dá prosseguimento
à tendência de integrar a tecnologia às artes, acrescentou Steve Jones, professor de comunicação na Universidade de Illinois em Chicago.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
"DIGGOOGLE"
O Google pode comprar o
Digg (digg.com) por cerca de
US$ 200 milhões. A informação foi veiculada pela Valley
wag.com, que reúne fofocas
sobre o Vale do Silício. A idéia
de Marissa Mayer, que faz parte da equipe do Google, é usar o
mecanismo do Digg, que reúne
links votados pelos usuários,
para tornar o Google News lucrativo. Apesar de popular, a
ferramenta não rende dinheiro
para a empresa.
SOLIDÁRIO
O Google Earth Solidário
(earth.google.com/outreach) tem guias, tutoriais em vídeo e estudos de caso sobre o
uso do Earth e do Maps para
atender a necessidades de organizações sem fins lucrativos.
CARA NOVA
O MySpace.com terá novo
novo design a partir de hoje,
com mudanças em home, perfil, buscas e MySpace TV.
DISPUTA
Pela primeira vez, a internet
recebeu mais verba publicitária
que a TV por assinatura no país.
O investimento na rede cresceu
36%, chegando a R$ 134,3 milhões, segundos dados do projeto Inter-Meios.
DUPLA FUNÇÃO
Paul Bradshaw, do Instituto Poynter, pesquisa sobre jornalistas-blogueiros. Responda em tinyurl.com/5n46lp.
MÚSICA
A Warner Music e o Last.fm
estão em meio a uma briga para
tentar renovar um acordo comercial que permite a usuários
da rede de música ouvir faixas
de artistas da gravadora. Segundo o "Guardian", a Warner
retirou seu catálogo do site sem
dar explicação. O jornal diz,
ainda, que a gravadora está
frustrada com o acordo, que
oferece baixo rendimento publicitário, se comparado a outras negociações com sites.
Texto Anterior: Música: Sueco faz "Frauds" com verba antipirataria Próximo Texto: Viagem no tempo é mote do jogo Chronotron Índice
|