São Paulo, Quarta-feira, 18 de Agosto de 1999
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COMPUTAÇÃO GRÁFICA

Sistema digitaliza homem para povoar Internet

SEBASTIÃO P. LAGO JR.
especial para a Folha

Imagine poder ter seu corpo digitalizado em uma cabine, permitindo a criação de uma cópia -clone- virtual. E logo, em questão de segundos, sua fiel cópia aparece no computador correndo, dançando, pulando ou em qualquer outra situação que sua imaginação permitir.
Parece impossível? Não. É realidade. Trata-se de um produto lançado pela empresa inglesa AvatarMe, na Siggraph -maior evento mundial de computação gráfica e tecnologia interativa, realizado na semana passada, em Los Angeles (EUA).
De acordo com o dono da AvatarMe, a missão da empresa é criar uma "população na (ou da) Internet". Cada máquina AvatarMe pode escanear até 50 mil pessoas por ano. O que pode ser visto hoje na Internet são informações em gráficos e textos. No futuro -não muito distante-, a presença de humanóides 3D pode mudar essa situação.

Captura de movimentos
Neste ano, o que mais se viu na feira, que teve a participação de mais de 350 empresas e cerca de 50 mil visitantes, foram os sistemas de motion capture. Ou seja, captura dos movimentos do corpo ou do rosto de uma pessoa, em tempo real, diretamente para o computador.
Mais de dez empresas investem nesse mercado, que é muito disputado nos EUA graças à indústria cinematográfica.
Com esses sistemas, fica cada vez mais fácil obter movimentos realísticos para personagens em 3D. A novidade é que agora isso está sendo feito em tempo real. Quase todos os sistemas ofereciam plug-ins (programas adicionais) para funcionar dentro de quase todos os programas 3D.
Outro destaque da Siggraph, que neste ano comemorou seu 30º aniversário, foi uma impressora tridimensional. Ela captura as coordenadas do objeto por meio de uma câmera e gera uma imagem sólida ou modelo físico do objeto.
No estande da empresa 3D Systems, responsável pelo equipamento, pessoas faziam longas filas querendo ter seu rosto digitalizado. Elas recebiam uma cópia do rosto do tamanho da palma da mão.

Programas
A batalha na feira era saber quem oferecia mais recursos entre os softwares de modelagem 3D. A Discret e seu "3D Studio MAX", a Avid e seu "Softimage" e a Alias com seu "Maya" eram alguns dos contendores.
Novas versões de quase todos eles foram mostradas e lançadas durante a feira. A guerra desse mercado parece estar cada vez mais feroz. O usuário é quem sai vencedor, já que recursos cada vez mais incríveis estão sendo oferecidos. Em muitos casos, o preço está caindo.


Sebastião P. Lago Jr. (slagojr@digitaldesigner.com.br) é co-editor da revista "Digital Designer".


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